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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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SUPREMO

Futuro ministro foi barrado em posse no tribunal

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A poucos dias de se tornar ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador da República Joaquim Benedito Barbosa Gomes foi barrado pela segurança do próprio tribunal, na última quinta-feira, quando chegou à posse do novo presidente, Maurício Corrêa.
Barbosa Gomes será o primeiro ministro negro do STF. Ele assumirá o cargo no próximo dia 25, juntamente com Carlos Ayres Britto e Antonio Cezar Peluso. Gomes, Corrêa e os demais futuros novos ministros negaram que o fato tenha sido motivado por discriminação racial.
"Não houve nada disso. O funcionário não me conhecia. Eu já iria me identificar, quando alguém me reconheceu e me levou ao plenário", disse Gomes. A assessoria do STF informou que ele foi reconhecido por uma funcionária do cerimonial, quando estava prestes a mostrar documentos de identificação ao segurança.
"Foi um lamentável equívoco, mas não houve nenhuma conotação de racismo", disse Corrêa, por meio de sua assessoria. Os outros dois novos ministros informaram à Folha que não sofreram constrangimento ao chegar ao STF.
Havia duas portas de acesso ao plenário. Por uma delas, privativa, passavam os ministros do tribunal. Na outra, a principal, seriam recebidos os convidados.
O advogado sergipano Carlos Ayres Britto disse que estava, casualmente, acompanhado de um funcionário do STF, que o apresentou ao segurança, liberando o seu acesso. O desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Antonio Cezar Peluso disse que entrou pela porta principal e foi recebido pelo então presidente do STF, Marco Aurélio de Mello.
Há 20 dias, ao ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Barbosa Gomes citou situações cotidianas de discriminação de que fora vítima.


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