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SUPREMO
Futuro ministro foi barrado em posse no tribunal
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A poucos dias de se tornar ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal), o procurador da República Joaquim Benedito Barbosa
Gomes foi barrado pela segurança do próprio tribunal, na última
quinta-feira, quando chegou à
posse do novo presidente, Maurício Corrêa.
Barbosa Gomes será o primeiro
ministro negro do STF. Ele assumirá o cargo no próximo dia 25,
juntamente com Carlos Ayres
Britto e Antonio Cezar Peluso.
Gomes, Corrêa e os demais futuros novos ministros negaram que
o fato tenha sido motivado por
discriminação racial.
"Não houve nada disso. O funcionário não me conhecia. Eu já
iria me identificar, quando alguém me reconheceu e me levou
ao plenário", disse Gomes. A assessoria do STF informou que ele
foi reconhecido por uma funcionária do cerimonial, quando estava prestes a mostrar documentos
de identificação ao segurança.
"Foi um lamentável equívoco,
mas não houve nenhuma conotação de racismo", disse Corrêa, por
meio de sua assessoria. Os outros
dois novos ministros informaram
à Folha que não sofreram constrangimento ao chegar ao STF.
Havia duas portas de acesso ao
plenário. Por uma delas, privativa, passavam os ministros do tribunal. Na outra, a principal, seriam recebidos os convidados.
O advogado sergipano Carlos
Ayres Britto disse que estava, casualmente, acompanhado de um
funcionário do STF, que o apresentou ao segurança, liberando o
seu acesso. O desembargador do
Tribunal de Justiça de São Paulo
Antonio Cezar Peluso disse que
entrou pela porta principal e foi
recebido pelo então presidente do
STF, Marco Aurélio de Mello.
Há 20 dias, ao ser sabatinado na
Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Barbosa Gomes citou situações cotidianas de discriminação de que fora vítima.
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