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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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NO AR

O ibope de Hillary

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Enquanto George W. Bush passa do ataque à defesa, nas justificativas para a invasão do Iraque, os democratas têm sua primeira vitória em muito tempo.
Uma vitória de audiência, como é próprio.
Hillary Clinton, mulher do ex-presidente Bill Clinton e pré-candidata a presidente, deu entrevista à ABC e teria sido vista por 14 milhões, três vezes o que a rede alcança no horário.
É claro que muito se deve a Monica Lewinsky, a declarações de Hillary, por exemplo, sobre sua reação quando o marido confirmou o caso:
- Fiquei furiosa. Não conseguia imaginar como ele poderia ter feito aquilo comigo... Mas ele ficou falando de novo e de novo, você sabe, "me desculpe, me desculpe, me desculpe".
Não é, certamente, a luz no fim do túnel, para o império neoconservador nos EUA, mas um sucesso de audiência já é alguma coisa.
 
O secretário de Segurança do Rio deu depoimento de três horas sobre o secretário que teria pedido à polícia para diminuir a repressão ao tráfico no Morro da Mangueira.
"Três horas", na contagem do Jornal Nacional, não é pouco tempo de "depoimento". Ele passou a responsabilidade pelo afastamento do coronel que fez a denúncia ao comandante da Polícia Militar.
E depois apelou à saída de sempre para mudar de assunto. Atacou o governo Lula por ter poucos presídios federais e disse que o narcotráfico é problema da União, não dele.
 
De Fortaleza, segundo a Jovem Pan, o vice voltou a criticar a equipe econômica, "criando mais constrangimento para o presidente".
Mas Lula estava com a cabeça em outros assuntos. E a cobertura também, como ocorreu antes com os "radicais".
O presidente estava com o ministro Luiz Furlan, estrela ascendente, empresário como o vice, mas menos espalhafatoso. Quando fala, o que é raro, é para dar notícias "positivas". Por exemplo, na Globo News, após anunciar previsões favoráveis nas exportações:
- Vamos trabalhar para que as exportações cresçam nos próximos anos no mínimo a duplo dígito. Vocês podem esperar números positivos em cada um dos próximos quatro anos.
Ele até fala do câmbio, tema "negativo". Diz que logo o dólar "real" deve baixar ao mesmo valor do ano passado, o que estimula importações.
Mas não reclama. Promete "criatividade" para elevar mais ainda as exportações.


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