da Sucursal do Rio

A convenção estadual do PT do Rio na segunda-feira, dia 15, tem tudo para ser de faz-de-conta. Qualquer que seja a decisão tomada, ela vai acabar na Justiça.
Ontem, o ex-deputado Vladimir Palmeira entregou uma notificação extrajudicial aos Diretórios Estadual e Nacional e aos convencionais lembrando que o estatuto interno do PT prevê a homologação, em convenção, da decisão do encontro regional com delegados do partido.
Em abril, Palmeira foi indicado como candidato ao governo nesse encontro regional.
Ele reafirmou ontem que vai aos tribunais para garantir seu "direito" e que só não disputa a eleição se a Justiça impedir. "É mais fácil o (presidente do PT) José Dirceu virar radical do que eu retirar a candidatura", disse.

Problema
A Executiva Nacional do PT é contrária à candidatura de Palmeira, pois representa um problema para a coligação nacional entre PT e PDT, que tem Lula como candidato à Presidência e Leonel Brizola como vice.
O PDT quer o apoio do PT a Anthony Garotinho no Rio e oferece o cargo de vice à senadora Benedita da Silva.
Por conta disso, o PT cindiu no Rio, justamente o Estado onde Lula tem o melhor desempenho nas pesquisas de intenção de voto, causando constrangimento a parte do partido.
Na segunda, os 81 convencionais do PT devem decidir se lançam Palmeira como candidato próprio ao governo estadual ou se endossam a coligação com o PDT apresentando Benedita.
Nenhuma das duas partes aceita a derrota.
Se a convenção não ratificar sua candidatura, Palmeira, que tem como aliados o ex-vereador Chico Alencar e o deputado federal Milton Temer, vai recorrer.
Apoiados pela direção nacional do PT, os partidários da aliança com o PDT, entre eles o vereador Jorge Bittar e a senadora Benedita, também dizem que não aceitarão a derrota na convenção. (LUIZ ANTÔNIO RYFF)



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