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DNER DE MINAS
Governador atribui comportamento a atuação de ministro da Articulação Política do presidente
Azeredo diz que FHC troca 'voto' por 'favor'
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais,
Eduardo Azeredo (PSDB), abandonou de vez a sua costumeira discrição e atacou o governo do presidente FHC, acusando-o de trocar
"alguns votos" por "favores".
Azeredo e o PSDB mineiro reagiram duramente ao fato de FHC ter
concordado com a troca da representação do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) em Minas, nomeando para o
cargo um aliado do ex-governador
mineiro e prefeito de Contagem,
Newton Cardoso (PMDB), ferrenho adversário dos tucanos.
Azeredo disse que esse episódio
não vai mudar o voto dos tucanos
mineiros em relação às votações de
interesse do Palácio do Planalto no
Congresso, senão o PSDB mineiro
estaria agindo da mesma forma
que o governo federal.
Posição altaneira
"Minas tem uma posição altaneira. Não defendo posição de represália do ponto de vista parlamentar, até porque estou exatamente criticando esse posicionamento de buscar alguns votos
através da troca de favores, que
não é o caminho", disse.
Azeredo afirmou que esse episódio foi "mal conduzido" e atribuiu o problema a "algumas companhias que o presidente tem lá
(no Palácio do Planalto) e que ele
(FHC) não tem muita felicidade
em tê-las ao seu lado".
Sem citar nomes, disse: "Dá para perceber quem está criando essa
'problemada' toda, principalmente na área política".
Azeredo se referia ao ministro da
Articulação Política, Luiz Carlos
Santos (PMDB), conforme apurou
a Agência Folha.
É atribuído a Santos o atropelo
na nomeação de Flávio Góes Menicucci para o DNER em Minas,
retirando do cargo Almir Calmon
de Andrade, que, embora indicado
pelo ex-diretor-geral do DNER e
atualmente prefeito de Juiz de Fora, Tarcísio Delgado (PMDB), tinha a aprovação de Azeredo por
considerá-lo competente.
Mas não foi a mudança no cargo
que deixou os tucanos de Minas
revoltados, e sim a forma como a
substituição foi feita.
"Desde que isso fosse conversado, não haveria problema. Agora,
goela abaixo, de jeito nenhum",
disse o deputado federal Ademir
Lucas (PSDB-MG).
Planalto
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse ontem que a troca da diretoria do DNER em Minas
"foi uma decisão do ministro dos
Transportes, Eliseu Padilha".
Segundo o porta-voz, a escolha
levou em conta "um certo equilíbrio em relação a alguns cargos em
relação aos partidos".
Amaral afirmou desconhecer o
descontentamento do PSDB mineiro.
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