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PREVIDÊNCIA
Em reunião com dez senadores no Palácio da Alvorada, FHC pede empenho "dos que estão do seu lado"
Presidente faz 'corpo-a-corpo' por reforma
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
deflagrou ontem um "corpo-a-corpo"
junto aos senadores dos partidos aliados para conseguir a aprovação da reforma da Previdência.
Ele reuniu no Palácio da Alvorada dez senadores do PSDB, PFL e
PMDB, inclusive o presidente do
Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Segundo os presentes, o presidente pediu a "contribuição dos
senadores que estão do seu lado",
para a aprovação do substitutivo
do senador Beni Veras
(PSDB-CE).
FHC lembrou sua condição de
candidato à reeleição em 98 para
afirmar que não apresentaria uma
proposta de reforma que prejudicasse os aposentados.
ACM respondeu que o povo não
está entendendo dessa forma e defendeu que o governo lance uma
ofensiva de mídia para explicar as
vantagens da reforma.
Até a próxima terça-feira, dia da
votação da reforma na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça),
FHC pretende conversar com todos os senadores da base governista que integram a comissão.
Negociação
O governo encontra resistência
em sua própria base de sustentação para aprovar um dos pontos
fundamentais da reforma previdenciária: o fim da paridade entre
as aposentadorias e pensões dos
aposentados do serviço público e a
remuneração dos servidores públicos que estão na ativa.
Ou seja, hoje o servidor público
se aposenta com o salário integral
e tem direito a todos os reajustes e
vantagens concedidas ao servidor
da ativa.
Beni apresentou a FHC a proposta que vem negociando, para tentar minar a resistência à reforma.
Pela tabela elaborada por Beni, o
servidor público que ganha de 0 a
10 salários mínimos passaria a ganhar, ao se aposentar, 100% do salário que recebia na ativa.
Os que recebem mais de 10 e até
15 salários mínimos receberiam,
ao se aposentar, de 95% a 90% da
remuneração da ativa.
A tabela continua até atingir os
que ganham até 35 ou mais salários mínimos. Esses passariam a
receber 70% do salário integral dos
servidores da ativa.
A outra hipótese considerada pelo governo é a adoção de um índice
-ainda não definido- para reajustar as aposentadorias do serviço
público e do INSS.
Marajás
O líder do governo, Elcio Alvares
(PFL-ES), disse que a hipótese da
tabela progressiva é "a mais provável". Segundo ele, 80% dos servidores públicos aposentados recebem até dez salários mínimos.
"O marajá é que vai ser penalizado", afirmou Alvares.
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