São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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CAFÉ-COM-LEITE

"A história não se borra com borracha", diz presidente sobre origem do real

FHC homenageia "amigo" Itamar

DA ENVIADA AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

O prometido aperto de mãos entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), foi marcado pela impassividade do governador diante do reconhecimento pelo governo de seu papel na implantação do real.
O encontro, ocorrido no fim da comemoração do 182º aniversário da Associação Comercial do Rio, encerrou um período de quatro anos de oposição de Itamar a FHC e favorece principalmente a candidatura do deputado Aécio Neves (PSDB) ao governo mineiro.
Apesar de terem conversado antes da cerimônia, FHC quebrou o gelo logo no início do discurso. Com um largo sorriso, chamou Itamar de "amigo" e agradeceu sua presença na "tarde histórica". Como uma espécie de reconhecimento, FHC lembrou, com humor, que foi nomeado ministro da Fazenda por Itamar, sem prévio consentimento. "Não digo pela presença, porque já disse em ausência: nunca me faltou apoio político do presidente Itamar."
Segundo FHC, o papel de Itamar na implantação do real não foi esquecido. "Há quem diga que não reconheço. É só ler os jornais. A história não se borra com uma borracha. Nem os stalinistas conseguiram, quanto mais nós, democratas."
O governador ficou praticamente imóvel -sem sorrir, acenar ou aplaudir- durante os 30 minutos de discurso. FHC o abraçou ao final. Os dois sentaram lado a lado por um instante antes do fim da cerimônia e, depois, longe dos jornalistas, conversaram por mais 15 minutos. (LEILA SUWWAN E SABRINA PETRY)



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