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CAFÉ-COM-LEITE
"A história não se borra com borracha", diz presidente sobre origem do real
FHC homenageia "amigo" Itamar
DA ENVIADA AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
O prometido aperto de mãos
entre o presidente Fernando
Henrique Cardoso e o governador de Minas Gerais, Itamar
Franco (sem partido), foi marcado pela impassividade do governador diante do reconhecimento pelo governo de seu papel na implantação do real.
O encontro, ocorrido no fim
da comemoração do 182º aniversário da Associação Comercial do Rio, encerrou um período de quatro anos de oposição
de Itamar a FHC e favorece
principalmente a candidatura
do deputado Aécio Neves
(PSDB) ao governo mineiro.
Apesar de terem conversado
antes da cerimônia, FHC quebrou o gelo logo no início do
discurso. Com um largo sorriso,
chamou Itamar de "amigo" e
agradeceu sua presença na "tarde histórica". Como uma espécie de reconhecimento, FHC
lembrou, com humor, que foi
nomeado ministro da Fazenda
por Itamar, sem prévio consentimento. "Não digo pela presença, porque já disse em ausência:
nunca me faltou apoio político
do presidente Itamar."
Segundo FHC, o papel de Itamar na implantação do real não
foi esquecido. "Há quem diga
que não reconheço. É só ler os
jornais. A história não se borra
com uma borracha. Nem os stalinistas conseguiram, quanto
mais nós, democratas."
O governador ficou praticamente imóvel -sem sorrir, acenar ou aplaudir- durante os 30
minutos de discurso. FHC o
abraçou ao final. Os dois sentaram lado a lado por um instante
antes do fim da cerimônia e, depois, longe dos jornalistas, conversaram por mais 15 minutos.
(LEILA SUWWAN E SABRINA PETRY)
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