São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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Direção do PT faz "intervenção branca" em Minas

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A direção nacional do PT fez ontem uma "intervenção branca" na seção estadual do partido em Minas Gerais, que resistia a se coligar com o PL mineiro na disputa de vagas na Assembléia Legislativa.
A resistência colocava em xeque a aliança PT-PL justamente no Estado do senador José Alencar (PL), escolhido para vice do presidenciável Luiz Inácio da Silva.
O ponto da discórdia era que os petistas de Minas concordavam com a coligação com o PL para governador, senador e deputados federais, mas não admitiam se coligar na escolha de deputados estaduais, pois achavam que perderiam vagas. O PL exigia a coligação em todos os níveis.
Com a "intervenção branca", os petistas foram obrigados a aceitar a coligação como o PL queria, em todos os níveis. A direção nacional do PT agora deverá apresentar ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas, talvez hoje, a lista dos petistas que concorrerão para deputado estadual na aliança, que reúne, além do PL, o PC do B e o PCB.
No final da tarde de ontem, chegou um fax da direção nacional do PT no TRE informando que estava "anulada parcialmente" a convenção regional realizada pelo PT de Minas. Houve "intervenção branca" porque a direção nacional não destituiu o diretório estadual: apenas anulou um ato. Em Minas, não havia problemas ideológicos. Ou seja, PT e PL queriam a aliança, mas empacaram em uma questão exclusiva, que foi a coligação para o Legislativo.
Na prática, o PT nacional fez valer o protocolo de intenções registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília, no dia 23 de junho passado, acerca da coligação nacional entre PT e PL, que deveria ser seguida pelos Estados.
Vai ficar para a direção nacional uma tarefa ingrata: escolher cerca de 60 nomes do PT para a coligação de deputado estadual, sendo que a lista original encaminhada pelo partido em Minas contemplava na disputa 84 nomes.
Márcio Grieco, da Executiva mineira do partido, disse que não sabe quais os critérios que serão adotados pela direção nacional para fazer os cortes. Segundo ele, ninguém da direção em Minas tomaria essa decisão. "Houve a intervenção, então agora é com a [direção" nacional", disse.
A Agência Folha não conseguiu falar ontem com Sílvio Pereira, secretário de Organização do PT nacional. É ele quem estava discutindo a questão mineira com o PL.
O PT nacional também interveio em Alagoas, onde ali o PT não queria se coligar de forma alguma com o PL alagoano. Lá também foi feita apenas a substituição da ata da convenção, mas a senadora Heloísa Helena renunciou à disputa pelo governo do Estado.
Para deputado federal, senador e governador, que tem como candidato pela aliança o deputado federal Nilmário Miranda (PT), não havia nenhum problema entre PT e PL, que indicou Danuza Bias Fortes, ex-vereadora em Barbacena, para vice na chapa.


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