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Direção do PT faz "intervenção branca" em Minas
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A direção nacional do PT fez ontem uma "intervenção branca" na
seção estadual do partido em Minas Gerais, que resistia a se coligar
com o PL mineiro na disputa de
vagas na Assembléia Legislativa.
A resistência colocava em xeque
a aliança PT-PL justamente no Estado do senador José Alencar
(PL), escolhido para vice do presidenciável Luiz Inácio da Silva.
O ponto da discórdia era que os
petistas de Minas concordavam
com a coligação com o PL para
governador, senador e deputados
federais, mas não admitiam se coligar na escolha de deputados estaduais, pois achavam que perderiam vagas. O PL exigia a coligação em todos os níveis.
Com a "intervenção branca", os
petistas foram obrigados a aceitar
a coligação como o PL queria, em
todos os níveis. A direção nacional do PT agora deverá apresentar
ao Tribunal Regional Eleitoral de
Minas, talvez hoje, a lista dos petistas que concorrerão para deputado estadual na aliança, que reúne, além do PL, o PC do B e o PCB.
No final da tarde de ontem, chegou um fax da direção nacional
do PT no TRE informando que
estava "anulada parcialmente" a
convenção regional realizada pelo
PT de Minas. Houve "intervenção
branca" porque a direção nacional não destituiu o diretório estadual: apenas anulou um ato. Em
Minas, não havia problemas ideológicos. Ou seja, PT e PL queriam
a aliança, mas empacaram em
uma questão exclusiva, que foi a
coligação para o Legislativo.
Na prática, o PT nacional fez valer o protocolo de intenções registrado no TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), em Brasília, no dia 23
de junho passado, acerca da coligação nacional entre PT e PL, que
deveria ser seguida pelos Estados.
Vai ficar para a direção nacional
uma tarefa ingrata: escolher cerca
de 60 nomes do PT para a coligação de deputado estadual, sendo
que a lista original encaminhada
pelo partido em Minas contemplava na disputa 84 nomes.
Márcio Grieco, da Executiva mineira do partido, disse que não sabe quais os critérios que serão
adotados pela direção nacional
para fazer os cortes. Segundo ele,
ninguém da direção em Minas tomaria essa decisão. "Houve a intervenção, então agora é com a
[direção" nacional", disse.
A Agência Folha não conseguiu
falar ontem com Sílvio Pereira, secretário de Organização do PT
nacional. É ele quem estava discutindo a questão mineira com o PL.
O PT nacional também interveio em Alagoas, onde ali o PT
não queria se coligar de forma alguma com o PL alagoano. Lá também foi feita apenas a substituição
da ata da convenção, mas a senadora Heloísa Helena renunciou à
disputa pelo governo do Estado.
Para deputado federal, senador
e governador, que tem como candidato pela aliança o deputado federal Nilmário Miranda (PT), não
havia nenhum problema entre PT
e PL, que indicou Danuza Bias
Fortes, ex-vereadora em Barbacena, para vice na chapa.
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