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HISTÓRIA
Comemoração do movimento constitucionalista paulista teve desfile de entidades civis e militares
Em SP, 10 mil celebram Revolução de 1932
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, compareceram ontem às comemorações dos 71 anos da Revolução
Constitucionalista de 1932, em
São Paulo.
A cerimônia, que contou com
a presença do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB),
e de autoridades civis e militares,
foi realizada no Mausoléu aos
Heróis de 32, em frente ao parque do Ibirapuera. A prefeita de
São Paulo, Marta Suplicy (PT),
não compareceu, mas mandou
representante.
Setecentos policiais militares a
pé, 70 carros da Polícia Militar e
dos bombeiros, integrantes da
Guarda Civil Metropolitana,
Exército, Marinha, Aeronáutica
e entidades civis participaram
do desfile em homenagem aos
combatentes da Revolução.
A Revolução de 32 foi uma reação dos líderes paulistas à tomada do poder por Getúlio Vargas,
com a Revolução de 30. Alijados
do poder e insatisfeitos com a intervenção de Vargas no Estado,
organizaram a Frente Única
Paulista, que criticava arbitrariedades do novo presidente e buscava a constitucionalização do
país e a autonomia de São Paulo.
O dia 9 de julho marca a deflagração do conflito, mas os "heróis de 32" homenageados ontem -os estudantes Martins,
Miragaia, Dráuzio e Camargo-
morreram num conflito no dia
23 de maio.
As urnas com seus despojos
foram reconduzidas ontem, como em todos os anos, ao mausoléu próximo ao Ibirapuera. O
governador depositou flores no
local, em companhia do comandante geral da Polícia Militar e
de Geraldo Faria Marcondes,
presidente da Sociedade Veteranos de 32.
Durante o desfile cívico-militar que se seguiu, um locutor relembrava aspectos importantes
do conflito. Quando escoteiros
passavam em frente ao palanque, comentou a importância da
participação de crianças e adolescentes na Revolução de 32. Segundo o locutor, elas teriam como lema naquele período a frase
"pedregulho, pedregulho, na cabeça do Getúlio".
Sem receber apoio de outros
Estados, os revoltosos foram
derrotados pelos contingentes
federais. "A revolução não foi
vencedora do ponto de vista militar, mas seus objetivos foram
alcançados: tivemos, em 34, a
Constituição", disse Alckmin.
Antes do início do desfile, um
grupo de policiais civis estendeu
duas faixas em frente ao palanque montado diante do mausoléu, na av. Pedro Álvares Cabral.
"O risco do trabalho de policial é
cada vez maior, o salário cada
vez menor", lia-se numa delas.
"Policiais civis, pior salário do
Brasil. Delegado de polícia ganha o 26º salário da categoria no
país", dizia o outro.
Alckmin afirmou que a manifestação, que classificou como
educada e civilizada, "faz parte
do regime democrático". Disse
que as dificuldades econômicas
no país e no Estado impedem
que se conceda aumentos ao
funcionalismo, mas que, superadas, ele disse, "vamos poder reajustar o salário dos servidores".
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