UOL

São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HISTÓRIA

Comemoração do movimento constitucionalista paulista teve desfile de entidades civis e militares

Em SP, 10 mil celebram Revolução de 1932

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, compareceram ontem às comemorações dos 71 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo.
A cerimônia, que contou com a presença do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e de autoridades civis e militares, foi realizada no Mausoléu aos Heróis de 32, em frente ao parque do Ibirapuera. A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), não compareceu, mas mandou representante.
Setecentos policiais militares a pé, 70 carros da Polícia Militar e dos bombeiros, integrantes da Guarda Civil Metropolitana, Exército, Marinha, Aeronáutica e entidades civis participaram do desfile em homenagem aos combatentes da Revolução.
A Revolução de 32 foi uma reação dos líderes paulistas à tomada do poder por Getúlio Vargas, com a Revolução de 30. Alijados do poder e insatisfeitos com a intervenção de Vargas no Estado, organizaram a Frente Única Paulista, que criticava arbitrariedades do novo presidente e buscava a constitucionalização do país e a autonomia de São Paulo.
O dia 9 de julho marca a deflagração do conflito, mas os "heróis de 32" homenageados ontem -os estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo- morreram num conflito no dia 23 de maio.
As urnas com seus despojos foram reconduzidas ontem, como em todos os anos, ao mausoléu próximo ao Ibirapuera. O governador depositou flores no local, em companhia do comandante geral da Polícia Militar e de Geraldo Faria Marcondes, presidente da Sociedade Veteranos de 32.
Durante o desfile cívico-militar que se seguiu, um locutor relembrava aspectos importantes do conflito. Quando escoteiros passavam em frente ao palanque, comentou a importância da participação de crianças e adolescentes na Revolução de 32. Segundo o locutor, elas teriam como lema naquele período a frase "pedregulho, pedregulho, na cabeça do Getúlio".
Sem receber apoio de outros Estados, os revoltosos foram derrotados pelos contingentes federais. "A revolução não foi vencedora do ponto de vista militar, mas seus objetivos foram alcançados: tivemos, em 34, a Constituição", disse Alckmin.
Antes do início do desfile, um grupo de policiais civis estendeu duas faixas em frente ao palanque montado diante do mausoléu, na av. Pedro Álvares Cabral. "O risco do trabalho de policial é cada vez maior, o salário cada vez menor", lia-se numa delas. "Policiais civis, pior salário do Brasil. Delegado de polícia ganha o 26º salário da categoria no país", dizia o outro.
Alckmin afirmou que a manifestação, que classificou como educada e civilizada, "faz parte do regime democrático". Disse que as dificuldades econômicas no país e no Estado impedem que se conceda aumentos ao funcionalismo, mas que, superadas, ele disse, "vamos poder reajustar o salário dos servidores".



Texto Anterior: Mudança no texto não foi combinada, afirma ALckmin
Próximo Texto: Primeira greve: Adesão à greve vai a 50%, dizem servidores
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.