|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PRIMEIRA GREVE
Governo diz que número não cresceu; líder grevista afirma que mudança na Previdência não afeta movimento
Adesão à greve vai a 50%, dizem servidores
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O movimento grevista do funcionalismo federal teve um pequeno crescimento ontem, segundo os líderes da paralisação,
para quem o percentual de adesão
subiu de 45% para 50%. O governo estima que a paralisação se
manteve estável.
Segundo o Ministério do Planejamento, estão parados entre 35%
e 40% dos funcionários -anteontem, primeiro dia da greve,
pararam entre 30% e 40%. Segundo a Previdência, há adesão de
30% em suas agências.
O Banco Central, que possui um
número relativamente pequeno
de funcionários, mas afeta diretamente o cotidiano do país, voltou
a funcionar ontem após uma paralisação de 24 horas na terça.
O crescimento aconteceu principalmente entre servidores da
Previdência e da Justiça. Ficou decidido, por exemplo, que os tribunais superiores de Brasília, em recesso até o fim de julho, vão parar
de forma intercalada neste mês.
Ao todo, a Justiça de dez Estados
entrou em greve interrompendo
o trâmite de 800 mil processos.
Na avaliação de Gilberto Jorge
Cordeiro Gomes, da Fenasps (servidores da Previdência), a paralisação da sede de órgãos como o
Ibama e o Incra provoca uma espécie de efeito dominó: "Quando
a sede pára, acontece um efeito
dominó. Todas as representações
nos Estados acabam parando".
As afirmações do governo de
que negociará o texto da reforma
em pelo menos dois pontos -a
aposentadoria integral e a paridade de reajustes para ativos e inativos- não convenceram Cordeiro Gomes. "As declarações de ontem para hoje não vão mudar nada na nossa posição. Não vamos
entrar na negociata do governo".
Os grevistas afirmam que cerca
de 450 mil servidores não trabalharam ontem. Segundo o Ministério do Planejamento, há 878,5
mil funcionários públicos no país
(270,5 mil militares que não aderiram à greve). Com base nos números do Planejamento, 304 mil
servidores não trabalharam.
A greve geral por tempo indeterminado para a retirada imediata da proposta de reforma da Previdência do Congresso começou
ontem. O governo não aceita negociar a retirada e há a intenção
de cortar o ponto dos grevistas.
Ontem, as entidades filiadas à
Cnesf (Coordenação Nacional de
Entidades dos Servidores Federais) já davam sinais de divisão interna. A CNTSS (trabalhadores da
Seguridade Social) aceita, por
exemplo, que a proposta atual
passe por alterações.
Colaborou CAMILO TOSCANO, da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: História: Em SP, 10 mil celebram Revolução de 1932 Próximo Texto: Estudantes no poder: Posse da UNE reúne governistas Índice
|