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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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PRIMEIRA GREVE

Governo diz que número não cresceu; líder grevista afirma que mudança na Previdência não afeta movimento

Adesão à greve vai a 50%, dizem servidores

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O movimento grevista do funcionalismo federal teve um pequeno crescimento ontem, segundo os líderes da paralisação, para quem o percentual de adesão subiu de 45% para 50%. O governo estima que a paralisação se manteve estável.
Segundo o Ministério do Planejamento, estão parados entre 35% e 40% dos funcionários -anteontem, primeiro dia da greve, pararam entre 30% e 40%. Segundo a Previdência, há adesão de 30% em suas agências.
O Banco Central, que possui um número relativamente pequeno de funcionários, mas afeta diretamente o cotidiano do país, voltou a funcionar ontem após uma paralisação de 24 horas na terça.
O crescimento aconteceu principalmente entre servidores da Previdência e da Justiça. Ficou decidido, por exemplo, que os tribunais superiores de Brasília, em recesso até o fim de julho, vão parar de forma intercalada neste mês. Ao todo, a Justiça de dez Estados entrou em greve interrompendo o trâmite de 800 mil processos.
Na avaliação de Gilberto Jorge Cordeiro Gomes, da Fenasps (servidores da Previdência), a paralisação da sede de órgãos como o Ibama e o Incra provoca uma espécie de efeito dominó: "Quando a sede pára, acontece um efeito dominó. Todas as representações nos Estados acabam parando".
As afirmações do governo de que negociará o texto da reforma em pelo menos dois pontos -a aposentadoria integral e a paridade de reajustes para ativos e inativos- não convenceram Cordeiro Gomes. "As declarações de ontem para hoje não vão mudar nada na nossa posição. Não vamos entrar na negociata do governo".
Os grevistas afirmam que cerca de 450 mil servidores não trabalharam ontem. Segundo o Ministério do Planejamento, há 878,5 mil funcionários públicos no país (270,5 mil militares que não aderiram à greve). Com base nos números do Planejamento, 304 mil servidores não trabalharam.
A greve geral por tempo indeterminado para a retirada imediata da proposta de reforma da Previdência do Congresso começou ontem. O governo não aceita negociar a retirada e há a intenção de cortar o ponto dos grevistas.
Ontem, as entidades filiadas à Cnesf (Coordenação Nacional de Entidades dos Servidores Federais) já davam sinais de divisão interna. A CNTSS (trabalhadores da Seguridade Social) aceita, por exemplo, que a proposta atual passe por alterações.


Colaborou CAMILO TOSCANO, da Sucursal de Brasília


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