São Paulo, sábado, 10 de julho de 2004

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HISTÓRIA

Movimento lutou contra Vargas e por nova Constituição

Ato da Revolução de 32 homenageia ex-soldados; Alckmin sofre protesto

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin enfrentou ontem protesto de de estudantes das universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp) e Fatecs durante as comemorações da Revolução Constitucionalista de 32, no parque Ibirapuera. O evento homenageou ex-combatentes do movimento armado.
Autoridades assistiam à solenidade cívica no palanque enquanto estudantes com faixas e narizes de palhaço gritavam em coro do outro lado da rua: "Geraldo, olha pra cá. Não adianta disfarçar".
Quando o governador deixou o palanque, a polícia precisou fazer um cordão de isolamento para conter os manifestantes, que reivindicavam audiência pública.
No meio do empurra-empurra, dois ex-combatentes homenageados, Abrahão Yazigi Neto, 93, e Newton Ferraz, 89, que estavam próximos ao ato, tiveram de ser retirados pela polícia. Alckmin disse que o protesto não muda sua posição sobre a greve nas Fatecs e nas universidades.
Além dos tradicionais desfiles militares e de organizações civis, em frente ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista, houve show com o grupo ""Trovadores Urbanos", que cantou músicas do período da revolução.
A Polícia Militar estimou que cerca de 5.000 pessoas participaram do aniversário de 72 anos do movimento armado que ganhou as ruas da capital e do interior do Estado de São Paulo, em 1932, contra o governo de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954) e por uma nova Constituição.
Eliete Palumbo, 51, levou as cinzas do pai, Libertário Palumbo, morto há duas semanas. Ele já foi um dos homenageados. Ela disse que o pai gostava de contar histórias sobre a revolução, de quando foi atacado por bombas e se viu sozinho entre amigos mortos.
A revolta em 32 colocou frente a frente nos campos de batalha forças rebeldes e legalistas. O movimento insurgente teve apoio de amplos setores da sociedade paulista. Intelectuais, industriais, estudantes e outros segmentos da classe média pegaram em armas.
Sem apoio de outros Estados, os paulistas assinaram a sua rendição em outubro de 1932, com um saldo de cerca de 900 mortos.
Os rebeldes viriam o resultado de sua batalha em 1934, quando foi formada a Assembléia Nacional Constituinte para a elaboração de uma nova Constituição.


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