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HISTÓRIA
Movimento lutou contra Vargas e por nova Constituição
Ato da Revolução de 32 homenageia ex-soldados; Alckmin sofre protesto
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Geraldo Alckmin
enfrentou ontem protesto de de
estudantes das universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp)
e Fatecs durante as comemorações da Revolução Constitucionalista de 32, no parque Ibirapuera.
O evento homenageou ex-combatentes do movimento armado.
Autoridades assistiam à solenidade cívica no palanque enquanto estudantes com faixas e narizes
de palhaço gritavam em coro do
outro lado da rua: "Geraldo, olha
pra cá. Não adianta disfarçar".
Quando o governador deixou o
palanque, a polícia precisou fazer
um cordão de isolamento para
conter os manifestantes, que reivindicavam audiência pública.
No meio do empurra-empurra,
dois ex-combatentes homenageados, Abrahão Yazigi Neto, 93, e
Newton Ferraz, 89, que estavam
próximos ao ato, tiveram de ser
retirados pela polícia. Alckmin
disse que o protesto não muda
sua posição sobre a greve nas Fatecs e nas universidades.
Além dos tradicionais desfiles
militares e de organizações civis,
em frente ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista, houve
show com o grupo ""Trovadores
Urbanos", que cantou músicas do
período da revolução.
A Polícia Militar estimou que
cerca de 5.000 pessoas participaram do aniversário de 72 anos do
movimento armado que ganhou
as ruas da capital e do interior do
Estado de São Paulo, em 1932,
contra o governo de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954) e por
uma nova Constituição.
Eliete Palumbo, 51, levou as cinzas do pai, Libertário Palumbo,
morto há duas semanas. Ele já foi
um dos homenageados. Ela disse
que o pai gostava de contar histórias sobre a revolução, de quando
foi atacado por bombas e se viu
sozinho entre amigos mortos.
A revolta em 32 colocou frente a
frente nos campos de batalha forças rebeldes e legalistas. O movimento insurgente teve apoio de
amplos setores da sociedade paulista. Intelectuais, industriais, estudantes e outros segmentos da
classe média pegaram em armas.
Sem apoio de outros Estados, os
paulistas assinaram a sua rendição em outubro de 1932, com um
saldo de cerca de 900 mortos.
Os rebeldes viriam o resultado
de sua batalha em 1934, quando
foi formada a Assembléia Nacional Constituinte para a elaboração de uma nova Constituição.
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