|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MENSALÃO
Possíveis erros serão checados, afirma Tarso
EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo presidente do PT, Tarso
Genro, disse ontem à noite que
vai verificar possíveis erros e equívocos que tenham sido cometidos
pelo partido.
Sem se aprofundar sobre a conveniência da abertura de uma sindicância, Genro afirmou que vai
assumir o partido por um período
de transição. "Assumo a presidência do PT para um processo
de transição de uma situação defensiva e de dificuldade para um
processo de normalização partidária e recomposição com a base
social e com as relações com o governo", afirmou.
Segundo ele, o partido ainda vai
debater a conveniência de manter
setembro como data para a escolha da nova direção do partido.
Outras diretrizes partidárias também serão debatidas hoje, em encontro da Executiva partidária,
também em São Paulo.
Em meio a uma crise que afeta
governo e partido, um dos auxiliares mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o
ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, admitiu ontem houve errou na costura da base política na Câmara.
"Pode ter havido erro na forma
como as alianças foram feitas e, se
realmente houve, temos de ter
humildade e corrigi-los", disse.
Dulci ressalvou que o governo
continua entendendo que as
alianças precisam ser feitas. "A
dúvida é quanto à forma", declarou, sem entrar em detalhes.
A política de alianças vem sendo apontada como o fato gerador
da maior crise política da história
do partido.
Ao lotear empresas estatais entre indicados de diferentes legendas, como PTB, PL, PMDB e PP, o
governo federal provocou uma situação de disputa interna que, no
caso dos Correios, acabou revelando indícios de tráfico de influência e de uma rede de cobrança de propina.
Apesar da admissão de Dulci,
não há sinal de que vá mudar a lógica das alianças buscadas pelo
Palácio do Planalto.
Anteontem, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva deu posse a
três ministros do PMDB, na esperança de consolidar uma base
parlamentar que o ajude a atravessar a crise.
Mas a mudança não deve ser o
fim dos problemas. Há resistência
dentro do PMDB e das alas ditas
"radicais" do PT à composição.
"A reforma ministerial está levando o governo para a direita",
disse o secretário de Movimentos
Populares do partido, Jorge Almeida. Para o deputado federal
Ivan Valente (SP), "a reforma troca seis por meia dúzia".
Alas de oposição à atual direção
partidária apresentariam ontem
uma resolução pedindo o rompimento da aliança com partidos
considerados fisiológicos, mas é
improvável que o governo se curve a essa demanda, mesmo com a
gravidade da crise atual.
Ao contrário, a tendência no
momento é de promover uma
"despetização" da administração,
reduzindo o número de ministérios da cota partidária. Nesta semana, Lula vai se reunir com dirigentes do PP para acertar a entrada do partido no primeiro escalão
do governo federal.
Texto Anterior: Janio de Freitas: A engrenagem Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/ PTxPT: Controle do Planalto sobre o PT se firma Índice
|