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EM BLOCO
Reunião em Recife defende instalação de fábrica da Ford e critica projeto federal
Governadores do NE apóiam Bahia
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Governadores do Nordeste,
que há 11 dias criaram bloco para defender interesses da região,
formalizaram ontem, em reunião em Recife, o apoio à instalação da fábrica da Ford na Bahia.
A decisão é favorável ao senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), que pressiona o presidente Fernando Henrique Cardoso a sancionar a lei que permite a inclusão da Ford no regime
automotivo especial, aprovada
pelo Congresso no final de junho. O prazo de adesão ao regime passou de 31 de maio de 1997
para 31 de dezembro de 1999.
A proposta para que os Estados do Nordeste apoiassem formalmente a instalação da indústria na Bahia foi feita pelo governador de Sergipe, Albano Franco, que pertence ao PSDB e é
amigo pessoal de FHC.
"Não se trata de fazer o jogo da
Bahia, mas de fortalecer nossa
posição, que é a de defesa da descentralização industrial", afirmou Franco. "É justíssimo que o
governo federal sancione o que o
Congresso aprovou."
Outro governador tucano,
Tasso Jereissati, do Ceará, também confirmou seu apoio à Bahia: "Entre o Mercosul e o Nordeste, eu fico com o Nordeste".
Tasso negou qualquer conotação política na decisão tomada
pelo bloco e disse que o assunto
foi avaliado como sendo "altamente positivo" para a região.
"Todos os Estados nordestinos que vierem a receber investimentos importantes beneficiarão naturalmente toda a região",
afirmou o governador do Ceará.
"A defesa feita aqui não é da
Bahia, mas do Nordeste, disse o
único governador da oposição
que integra o bloco, Ronaldo
Lessa (PSB), de Alagoas.
Para o governador da Bahia,
César Borges (PFL), "não existe
problema efetivo com o Mercosul", citando eventual reação de
parceiros brasileiros à instalação
da nova fábrica. Segundo ele, o
assunto "já foi conversado" e o
governo federal "sabe muito
bem como resolver isso".
Recursos
Na reunião, também foi criticado o PPA (Plano Plurianual de
Ação), elaborado para disciplinar os investimentos no Brasil
entre os anos de 2000 e 2007.
Segundo os presentes, o projeto "não contempla a região" e,
por unanimidade, decidiram
propor ao governo federal a
prorrogação, por 30 dias, do
prazo de entrega do plano ao
Congresso, previsto para ocorrer no final deste mês.
Os governadores afirmam que
a proposta atual "tende a aumentar a desigualdade econômica e social entre Estados do
Centro-Sul e do Nordeste" e
querem um novo programa.
"Como está colocado, nossa
região, que tem 30 milhões de
habitantes, teria apenas 11% dos
recursos globais", disse o governador de Pernambuco, Jarbas
Vasconcelos (PMDB).
"Nós achamos que esse número e os eixos de desenvolvimento
devem ser rediscutidos", afirmou. Segundo ele, o novo percentual só será definido após a
elaboração da nova proposta.
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