DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso anuncia na próxima semana, provavelmente na quarta-feira, mudanças no primeiro escalão e enxugamento na estrutura do governo. FHC vai anunciar ainda diretrizes para o que chama de nova etapa de governo.
As informações foram transmitidas pelo líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), depois de se encontrar com FHC, que o autorizou a torná-las públicas. Segundo o líder, o presidente vai fazer mudanças pontuais, considerando a proporcionalidade e a força dos partidos que o apóiam.
O anúncio das novas diretrizes, que serviriam como metas para este segundo mandato de FHC, pode diminuir o impacto negativo das poucas mudanças previstas na equipe ministerial. O PSDB, partido do presidente, vem defendendo uma reforma ampla, enquanto o PMDB, outro aliado, é contra mudanças na equipe.
"A idéia é que o PMDB não perca espaço", disse o líder, referindo-se ao partido que mais tem sido criticado por aliados. Na reforma, o presidente deverá extinguir secretarias. Provavelmente a Secretaria do Desenvolvimento Urbano deixará de existir. A secretaria trata de saneamento básico, a mesma função de uma das diretorias da Caixa Econômica Federal.
Segundo Virgílio, FHC quer manter os partidos sob as novas diretrizes de comando. "Na nova etapa, o presidente vai cumprir as promessas de campanha, ou seja, haverá crescimento econômico com geração de empregos."
O líder disse que, no pronunciamento, o presidente deverá dizer que a crise econômica o obrigou a atrasar o cumprimento de metas de crescimento. Virgílio afirmou que FHC não adiantou os setores que o governo vai investir para gerar empregos, mas, segundo ele, os programas deverão ser nas áreas de habitação, agricultura e política de exportação.


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