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INTERNET
Donos de empresa de Brasília negam envolvimento
PF investiga supostos hackers por invasões de sites oficiais
da Sucursal de Brasília
A PF (Polícia Federal) apresentou ontem à imprensa dois sócios
de uma empresa de informática
em Brasília como sendo suspeitos
de terem invadido páginas de órgãos públicos na Internet. Os dois
negam, por meio de seus advogados, qualquer envolvimento na
invasão das páginas oficiais.
A suspeita foi lançada antes da
realização de perícia de material
apreendido ontem mesmo na sede da empresa Complex Systems
-computadores, disquetes e
CD-ROMs. A polícia espera obter
indícios de prática do crime.
Segundo o delegado da PF Angelino Alves de Oliveira, os sócios
Felipe Gelbeck Gubert, 36, e André Moragas Delary, 26, podem
ter invadido os sites oficiais para
depois oferecer o produto da empresa: sistema de segurança contra a invasão por hackers. A empresa foi criada em janeiro.
A polícia também acredita que
eles praticavam escuta telemática
em redes de computadores, uma
espécie de "grampo" pelo qual teriam acesso a dados que não são
normalmente disponíveis.
O perito Jorilson Rodrigues
apontou duas razões para a suspeita: o rastreamento das ligações
telefônicas, após a obtenção de
ordem judicial para quebra do sigilo, e a existência de outros rastros que teriam sido deixados pelos próprios hackers. Ele não detalhou essas informações.
A PF disse que a investigação limitou-se até agora a apurar invasões em sites de dois órgãos públicos -a Universidade de Brasília e
o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)-, mas estabeleceu uma possível conexão com a
atuação de hackers na página do
Palácio do Planalto na Internet.
Segundo a PF, a Complex
Systems propôs ao Planalto contrato para fornecimento de sistema de segurança, após a invasão
no site da Presidência da República, há três semanas. O Planalto
não confirmou essa informação.
A polícia informou que a UnB e
o Ipea denunciaram a invasão de
seus sites em dezembro e janeiro,
quando foi aberto inquérito.
Depois disso, a empresa teria fechado contrato com o Ipea e oferecido sistema de segurança à
própria PF, embora o órgão não
tenha sofrido a ação de hackers.
Gubert e Delary prestaram depoimento ontem e foram em seguida liberados. O advogado deles, Fernando Calmon, disse que a
PF agiu de forma precipitada.
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