São Paulo, Sábado, 10 de Julho de 1999
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INTERNET
Donos de empresa de Brasília negam envolvimento
PF investiga supostos hackers por invasões de sites oficiais

da Sucursal de Brasília

A PF (Polícia Federal) apresentou ontem à imprensa dois sócios de uma empresa de informática em Brasília como sendo suspeitos de terem invadido páginas de órgãos públicos na Internet. Os dois negam, por meio de seus advogados, qualquer envolvimento na invasão das páginas oficiais.
A suspeita foi lançada antes da realização de perícia de material apreendido ontem mesmo na sede da empresa Complex Systems -computadores, disquetes e CD-ROMs. A polícia espera obter indícios de prática do crime.
Segundo o delegado da PF Angelino Alves de Oliveira, os sócios Felipe Gelbeck Gubert, 36, e André Moragas Delary, 26, podem ter invadido os sites oficiais para depois oferecer o produto da empresa: sistema de segurança contra a invasão por hackers. A empresa foi criada em janeiro.
A polícia também acredita que eles praticavam escuta telemática em redes de computadores, uma espécie de "grampo" pelo qual teriam acesso a dados que não são normalmente disponíveis.
O perito Jorilson Rodrigues apontou duas razões para a suspeita: o rastreamento das ligações telefônicas, após a obtenção de ordem judicial para quebra do sigilo, e a existência de outros rastros que teriam sido deixados pelos próprios hackers. Ele não detalhou essas informações.
A PF disse que a investigação limitou-se até agora a apurar invasões em sites de dois órgãos públicos -a Universidade de Brasília e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)-, mas estabeleceu uma possível conexão com a atuação de hackers na página do Palácio do Planalto na Internet.
Segundo a PF, a Complex Systems propôs ao Planalto contrato para fornecimento de sistema de segurança, após a invasão no site da Presidência da República, há três semanas. O Planalto não confirmou essa informação.
A polícia informou que a UnB e o Ipea denunciaram a invasão de seus sites em dezembro e janeiro, quando foi aberto inquérito.
Depois disso, a empresa teria fechado contrato com o Ipea e oferecido sistema de segurança à própria PF, embora o órgão não tenha sofrido a ação de hackers.
Gubert e Delary prestaram depoimento ontem e foram em seguida liberados. O advogado deles, Fernando Calmon, disse que a PF agiu de forma precipitada.


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