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Louvor não é unânime
da Sucursal do Rio
Mesmo "santificado" pela opinião pública, Herbert de Souza
não chegou a ser unanimidade nos
meios políticos tradicionais.
Com sua atuação em movimentos apartidários e frentes envolvendo empresários e sindicatos na
defesa de causas amplas, Betinho
às vezes irritou lideranças à esquerda e à direita, que, embora
com cuidado, o atacaram.
Em pelo menos uma ocasião -e
involuntariamente-, o sociólogo
conseguiu sofrer, ao mesmo tempo, a contestação de personalidades politicamente díspares, como
o governador Marcello Alencar, o
então prefeito Cesar Maia e a então
presidente da seção fluminense da
CUT (Central Única dos Trabalhadores), Iná Meireles.
Foi em novembro de 1995, quando Betinho, ao lado de outras personalidades da cidade, lançou o
Reage Rio, um movimento de protesto contra a violência urbana.
Irritado com eventuais desgastes
junto ao eleitorado que a campanha pudesse lhe causar, Alencar
chegou a criticar a "falta de objetivos" do movimento.
O secretário da Segurança Pública, Nilton Cerqueira, considerado
de direita, e o chefe da Polícia Civil,
delegado Hélio Luz, identificado
com o PT, também criticaram.
Mais de dois anos depois, o
ex-prefeito Cesar Maia corrige:
não atacou exatamente Betinho,
mas o Viva Rio, organização que
liderava o Reage Rio e que, segundo ele, fora "criada pelos meios de
comunicação". "Minha crítica foi
à maneira como se tentou convocar o movimento, que não teria
desdobramentos", diz Maia.
A ex-presidente da CUT-RJ também ressalta: a crítica da entidade,
que se recusou a ir à passeata Reage Rio, em 29 de novembro de
1995, não foi dirigida a Betinho ou
a qualquer outra pessoa, mas à política implementada.
Outro ponto da atuação de Betinho criticado pela CUT é a Ação da
Cidadania Contra a Miséria e Pela
Vida, de que a própria CUT chegou a fazer parte.
"Era um movimento que podia
ir às causas da miséria, mas depois
virou campanha assistencialista."
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