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Ciro ignora orientação de PPS e PTB para moderar ataques a FHC
PATRICIA ZORZAN
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Ao se referir ao presidente Fernando Henrique Cardoso como
um "fracassado", o pré-candidato
do PPS à Presidência, Ciro Gomes, contrariou a vontade de seu
partido e do PTB, que anteontem
defenderam a necessidade de moderar seu discurso de campanha.
Reunidos em Brasília para discutir a crise na aliança após a queda de Ciro nas pesquisas, membros do PTB e PPS definiram sua
candidatura como de "descontentes", de "oposição não-petista"
e de "esquerda de vanguarda" para explicar a necessidade de pôr
fim ao radicalismo de seu discurso. Ontem, por exemplo, Ciro disse que FHC será lembrado como
"o homem que quebrou o Brasil".
Anteontem, nos três encontros
que Ciro teve em Brasília com
parlamentares das duas legendas,
ele ouviu críticas aos seus ataques
a FHC, como o que fez comparando um jantar do presidente com
empresários às reuniões da Oban
(grupo paramilitar surgido no regime militar). A Folha apurou
que Ciro disse ter conversado
com pelo menos cinco dos dez
empresários que se reuniram com
FHC para explicar que não pretendia compará-los à Oban.
"Ele tem de moderar o discurso,
parar de bater no Fernando Henrique Cardoso. Parece o Lula sem
barba. Quem vai votar no Ciro
não é de oposição, é um descontente", disse o líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson. "Nossa
candidatura é de centro-esquerda, centro e centro-direita. O Ciro
não vai substituir o Lula."
A avaliação é que ele deve se diferenciar do PT, criticando o governo de modo "consistente" e
não de forma "ácida". Isso quer
dizer que Ciro pode apoiar o acordo do Brasil com o FMI, só relembrando que ele é resultado de uma
política econômica equivocada.
Colaborou a Agência Folha, em Porto
Alegre
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