São Paulo, segunda, 10 de agosto de 1998

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PAINEL

Paulicéia desvairada
O comício de encerramento da campanha reeleitoral de FHC está previsto para São Paulo, no fim de setembro. Falta definir os detalhes da composição do palanque. Aí a coisa vai complicar.

Psiu! Não espalhe!
De Euclides Scalco, a um deputado que o chamou de ministro: "Se você disser isso mais uma vez, te toco pra fora daqui (do comitê do presidente)".

Condição importante
Quem é do ramo diz que as mudanças nas leis trabalhistas e as reformas política, tributária e previdenciária levam pelo menos dois anos. Se for reeleito e não quiser ficar refém dos 3/5 no Congresso, FHC precisa aprovar a fidelidade partidária antes.

Licença para matar
As recentes declarações de Francisco Rossi, candidato do PDT a governador, dizendo que não pedirá voto para Lula, agradaram ao PT paulista. Os partidários de Marta Suplicy dizem estar liberados para bater no pedetista, que lidera pesquisas.

Iniciativa de base
Já que as cúpulas não se entendem, as associações de delegados da Polícia Federal e de procuradores da República resolveram fazer seminários conjuntos para lavar a roupa suja.

Conta de chegada
De um oficial general, sobre a reação dos colegas ao corte no número de quatro estrelas das forças armadas após a criação do Ministério da Defesa: "Deduz o encargo, corta o cargo".

Questão de método
O deputado Paulo Heslander (PTB) não se conforma com o fato de o tucano Eduardo Azeredo (MG) ter comprado um carro a prestação. Diz que qualquer concessionária doaria um por meio do comitê. "É muito honesto. É irritante. Incomoda."


Haja ingenuidade
Comendo poeira nas pesquisas, Gonzaga Mota (PMDB) espera, para crescer, que em algum momento FHC se desentenda com Tasso (PSDB) por causa de Ciro (PPS).

Ponta de iceberg
Carlos Manhanelli foi constrangido a pedir demissão da superintendência do Sebrae-SP no fim de julho devido a troca de cartas com Sylvio Rosa, do Conselho Deliberativo do órgão. Rosa questionou convênios polêmicos, apadrinhados por figuras importantes do tucanato.


Vôo perigoso
As companhias aéreas suspenderam o fornecimento de passagens à Buriti Turismo, agência de viagens do ex-presidente da Embratur (governo Collor) Ronaldo Monte Rosa. Por conta de um débito de cerca de R$ 2 mi.

Praia alheia
Especialistas dizem que são reais as chances de Roberto Requião (PMDB) impugnar a candidatura de Emília Belinati (PTB), vice na chapa de Lerner (PFL). Mas não no Paraná, onde os juízes eleitorais mantêm difícil relação com o senador.

Máfia do dendê
Do deputado federal João Paulo (PT-SP), sobre críticas que FHC teria feito a Chico Buarque, considerando-o inferior a Caetano Veloso e a Gilberto Gil: "O problema do Chico é que ele não é baiano como os outros dois. E como o ACM".

Olho grande
A fusão de partidos será quase obrigatória se o parlamentarismo for aprovado. O PFL, por exemplo, espalha que 30 deputados federais que se elegerão pelo PMDB passarão para os times pefelista e tucano.

Semeando a discórdia
Petistas anotaram e espalham: no material da campanha de Luiza Erundina (PSB) à Câmara não há nenhuma referência ao candidato ao governo paulista. Em São Paulo, os socialistas apóiam Francisco Rossi (PDT).

O poder da urna
Por pressão popular em ano de eleição, a Assembléia da Paraíba pode tomar um decisão inédita: conceder licença para um deputado ser processado: Aécio Pereira (PFL), suspeito de ter assassinado uma mulher em um motel de João Pessoa, crime que comoveu a sociedade local.

TIROTEIO

De Marcelino Romano Machado, presidente do PPB paulista, sobre evento de Covas (PSDB) na semana passada que teria reunido 439 prefeitos:
- Não é vantagem nenhuma. Do jeito que anda a situação financeira dos municípios, os prefeitos se encontram até com o diabo para conseguir dinheiro.

CONTRAPONTO

Amarga promoção
Nas viagens de FHC a São Paulo, o chefe do cerimonial da Presidência, Walter Pecly, se hospeda no hotel Ca'd'Oro.
Até junho passado, no item profissão da ficha de hóspedes, ele escrevia "ministro", pois até então era ministro de segunda classe do Itamaraty.
Em todas as viagens, Pecly ficou num quarto com flores, cestas de frutas e -delícias das delícias- barras de chocolate sobre a cama.
Em junho, Pecly foi promovido a ministro de primeira classe e passou a ser chamado simplesmente de embaixador.
Na primeira viagem a São Paulo depois da promoção, Pecly deixou de escrever "ministro" no item profissão do registro de hóspedes do Ca'd'Oro.
Tudo parecia igual às viagens anteriores, até que ele subiu ao quarto. Só então se deu conta de que o tratamento mudara.
- Não havia flores nem frutas. Mas o que doeu mesmo foi que não havia mais chocolate.



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