São Paulo, segunda, 10 de agosto de 1998

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"Seca garante nosso ganha-pão'

em Santa Cruz do Capibaribe (PE)

A seca provocou a explosão de um comércio diferente em Santa Cruz do Capibaribe: a dos vendedores de água. Já são cerca de 500, segundo estimativas locais.
São pessoas pobres: desempregados, trabalhadores rurais, biscateiros. Circulam em uma carroça puxada por um jumento, carregada com um tonel cheio de água.
Compram a lata de água por R$ 0,25 e a revendem por R$ 0,50. "Nos dias de muito movimento dá pra ganhar até uns R$ 30", disse Cândido Martins, 32, um dos "carroceiros". A Agência Folha entrevistou 12 deles. Todos falaram da seca como algo positivo.
"A seca está garantindo o nosso ganha-pão", disse José Carlos da Silva, 32, que foi trabalhador rural.
A seca tem sido melhor ainda para os "donos da água". Eles seriam três na região. A Agência Folha falou com Pedro Duarte, 26.
Ele é reticente sobre ganhos, mas tem três caminhões e disse que o gasto com o transporte fica em torno de R$ 15. Com a água transportada, afirmou, ele fatura, líquidos, entre R$ 65 e R$ 75.



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