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GOVERNO
Ministro e porta-voz afirmam que ACM, que previu dificuldades, vai continuar a ajudar o Planalto
FHC não crê em impasse no Congresso
da Sucursal de Brasília
O ministro Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral da Presidência) disse ontem que não considera que o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), vá criar obstáculos em
votações consideradas importantes pelo governo no Congresso.
"O senador Antonio Carlos
sempre esteve do lado do governo
nos momentos difíceis", disse, referindo-se à entrevista de ACM
publicada ontem pela Folha. Nela, ACM afirma que será mais difícil para o governo aprovar no
Congresso medidas consideradas
amargas, como ocorreu durante
crises econômicas recentes.
"O que o senador Antonio Carlos disse é que os partidos têm autonomia para decidir o que fazer.
Aliás, nunca houve alinhamento
automático dos partidos com o
governo. Tudo foi amplamente
negociado", afirmou o ministro.
O porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière, afirmou que
o presidente Fernando Henrique
Cardoso considera que ACM não
disse que o Congresso não está
mais predisposto a ajudar o governo na aprovação de pacotes.
ACM, segundo o porta-voz, telefonou ontem para FHC. "(Eles)
tiveram excelente conversa. O
presidente do Senado indicou que
não sabe mais como fazer para
evitar que esse tipo de contraposição ocorra", disse Lamazière.
Na entrevista, ACM afirmou
que "a economia está rígida e requer algumas medidas amargas.
Mas o que nós achamos é que algumas dessas medidas amargas
poderiam ser menos amargas".
Questionado se seria mais difícil
hoje o Congresso aprovar medidas amargas para corrigir a economia, em caso de nova crise,
ACM respondeu que sim.
"Não apenas porque estamos
próximos de uma eleição municipal. (...) É, também, porque temos
consciência de que muita coisa
deu certo e que outras, inclusive
na política social, não deram."
Lamazière afirmou que é "claro" que FHC considera ACM um
aliado. Segundo o porta-voz, não
há problemas na base política do
governo no Congresso.
Em São Paulo, o governador
Mário Covas disse que ACM não
tem autoridade para falar em nome de todos os parlamentares.
"É perigoso alguém pensar que
fala em nome do Congresso. O
presidente (ACM) fala institucionalmente em nome do Congresso, não em relação às decisões de
voto", disse Covas (PSDB). "Mas,
enfim, cada um age com a força
que julga ter", afirmou.
O governador também defendeu o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de
Barros, vice-presidente para assuntos econômicos do PSDB, que
na sexta-feira disse que a equipe
econômica está cheia de "burocratas" e que FHC deveria assumir o "fracasso parcial" do Real.
"Se aquilo que se chama de base
aliada se acha no direito de dizer o
que hoje (ontem) eu vi no jornal
(a entrevista), por que seus companheiros não devem dizer a ele o
que acham?", questionou Covas.
"Em geral estou de acordo com
ele (Mendonça de Barros). Estou
mais próximo do pensamento
econômico que ele defende."
Colaborou a Reportagem Local
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