São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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GOVERNO
Presidente do Congresso volta a criticar a equipe econômica; porta-voz reitera apoio de FHC a ministro
Falta sensibilidade a Malan, diz ACM

da Sucursal de Brasília

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), voltou ontem a criticar o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e a equipe econômica do governo.
"Acho que o ministro Malan é um homem de valor. Tenho dito isso várias vezes, nas oportunidades em que ele teve alguma dificuldade. Continuo achando que o ministro tem muito valor, mas ele precisa ter mais sensibilidade para a área social. Não só ele, como a área econômica em seu total", disse ACM.
O porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, disse que a permanência do ministro Malan no mesmo cargo há quase cinco anos "é a maior garantia de que o governo continuará, com responsabilidade, a buscar o desenvolvimento do país com estabilidade".
A afirmação foi feita em resposta a questionamento sobre eventual perda de apoio político de Malan, especialmente após as críticas que vem recebendo de ACM. O ministro não comentou o caso.
Segundo Lamazière, o presidente reiterou seu apoio ao ministro lembrando que Malan "tem trabalhado pela estabilidade da economia". Para o porta-voz, o governo sabe que a estabilidade é fundamental para o crescimento do país, pois sem ela "não há desenvolvimento sustentado".
O senador ACM começou a atacar Malan depois que o ministro declarou ser contra a criação de um fundo antipobreza. Malan afirmou que não se acaba com a pobreza com uma canetada.
A proposta de criação de um fundo foi apresentada por ACM formalmente na semana passada. No discurso, o senador disse que Malan nunca recebeu um pobre em seu gabinete. E afirmou que a pobreza seria combatida com o fundo, mesmo não sendo essa a vontade do ministro, porque se trataria da vontade do país.
ACM e o PFL sempre apoiaram a política econômica de Malan, que enfrenta divergências de setores do PSDB, como o ministro da Saúde, José Serra, e o ex-ministro das Comunicações e atual vice-presidente do PSDB para assuntos econômicos, Luiz Carlos Mendonça de Barros. (RAQUEL ULHÔA e WILLIAM FRANÇA)

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