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INVESTIGAÇÃO
Corregedor vai pedir cassação de Hildebrando
da Sucursal de Brasília
O corregedor da Câmara, Severino Cavalcanti (PPB-PE), disse
ontem que vai pedir à Mesa da
Casa a cassação do mandato do
deputado Hildebrando Pascoal
(PPB-PE), a quem chamou de
"bandido", por quebra de decoro
parlamentar.
Hildebrando está sendo investigado pela CPI do Narcotráfico,
acusado de chefiar o esquadrão
da morte no Acre e de participar
do narcotráfico, entre outros crimes.
Segundo o corregedor, Hildebrando ofendeu a Câmara ao afirmar, na última quinta-feira, em
depoimento à Comissão de Constituição e Justiça, que todos os deputados eram iguais a ele. A ofensa é quebra de decoro.
Hildebrando afirmou que ninguém na Câmara era diferente dele ao admitir que, em busca de votos, deu salvo-conduto a criminosos no Acre, usando sua influência como coronel da Polícia Militar e deputado estadual.
"É muito grave que um parlamentar tenha a audácia de fazer
uma afirmação dessas. Quem
protege bandido é bandido", disse o corregedor.
Cavalcanti vai requerer a íntegra do depoimento, mais os documentos reunidos pela CPI, para
embasar o pedido de cassação. A
dificuldade da Corregedoria está
no fato de que todas as acusações
contra o deputado são anteriores
ao seu mandato, iniciado em fevereiro. Para quebrar o decoro parlamentar, é necessário estar no
exercício do mandato.
CPI do Judiciário
O presidente da CPI do Judiciário, senador Ramez Tebet
(PMDB-MS), criticou ontem a
concessão de liminar pelo STF
(Supremo Tribunal Federal) permitindo que o desembargador
Asdrúbal Cruxen, vice-presidente
do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal, não deponha na CPI.
"Lamento profundamente essa
decisão que temos de cumprir",
afirmou Tebet.
Dirigindo-se ao ministro Octavio Gallotti, que concedeu a liminar, Tebet lembrou que o caso investigado pela CPI que envolve
Cruxen refere-se à herança de um
menor. A comissão vai recorrer
da liminar.
O menor, Gustavo Nominato,
recebeu um patrimônio estimado
em US$ 30 milhões quando seu
pai, Washington Nominato, morreu em 1987. Cruxen, na época
juiz da Vara de Órfãos e Sucessões
do Distrito Federal, nomeou administradores hoje acusados de
dilapidar a herança. Atualmente,
Gustavo tem em seu nome dívidas estimadas em R$ 7 milhões.
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