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FUNCIONALISMO
Estimativa da Casa Civil usa o valor máximo de R$ 12.720
Novo teto salarial custará
R$ 224,4 milhões por ano
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
O novo teto salarial do funcionalismo público da União custará
R$ 224,4 milhões por ano aos cofres públicos, conclui pesquisa
feita pela Casa Civil da Presidência. O cálculo leva em conta a fixação do teto em R$ 12.720, valor
considerado pelo governo o resultado mais provável da negociação
que envolverá os três Poderes.
O custo extra supera estimativas
iniciais do governo, mas considera que parte dos servidores, que
ganham mais do que os R$ 12.720,
terão os vencimentos reduzidos.
A emenda constitucional da reforma administrativa determina
que os vencimentos e vantagens
pessoais cujo valor ultrapassem o
teto sejam cortados.
O reajuste salarial da cúpula dos
três Poderes não foi previsto na
proposta de Orçamento que o governo encaminhou ao Congresso.
Seu impacto nas contas públicas
reforça a previsão de que a maioria do funcionalismo continuará
com os salários sem correção.
A fatia mais alta da conta será
consumida pelos reajustes salariais do Judiciário. Todos os juízes
federais terão direito ao aumento
em cascata e não apenas os ministros dos tribunais superiores.
O aumento dos juízes representará um gasto extra aos cofres públicos de R$ 132,4 milhões por
ano. Como eles têm garantido por
lei o pagamento retroativo a janeiro de 1998 da diferença entre
os atuais salários e o novo teto do
funcionalismo, os atrasados já ultrapassam R$ 200 milhões.
O estudo feito pelo Planalto avalia também a hipótese de o teto ser
fixado em R$ 10.800, como FHC
chegou a defender publicamente
em 1998. O governo considera remotas as chances de um acordo
em torno desse valor -que, segundo estimativas, representaria
uma economia de R$ 800 mil por
ano aos cofres públicos.
A reforma administrativa, aprovada pelo Congresso no início do
ano passado, determinou que os
presidentes de Poderes deveriam
definir o novo teto salarial do funcionalismo mediante projeto de
lei especial de iniciativa conjunta.
Na primeira tentativa de cumprir essa determinação, em dezembro, os presidentes de Poderes chegaram a fixar o teto em R$
12.720, mas recuaram diante da
péssima repercussão do aumento
salarial de até 59%. Na ocasião,
ninguém sabia o custo da medida
e a decisão acabou adiada.
O Planalto prepara-se para uma
definição rápida do valor, principalmente por conta das pressões
de juízes, encabeçadas pelo presidente do STF, Carlos Velloso.
O governo atribui à tensa campanha por reajustes salariais parte
das liminares concedidas pela
Justiça contra medidas do ajuste
fiscal, como a cobrança de contribuição previdenciária de inativos
e da CPMF (imposto do cheque).
Após a definição do salário dos
ministros do STF (que variam hoje de R$ 9.600 a R$ 12.720), caberá
ao Congresso fixar os salários do
presidente da República, dos ministros de Estado e dos próprios
parlamentares. FHC não terá poder de veto sobre a decisão.
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