|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERSONALIDADE
Autor de "Morte e Vida Severina", o acadêmico tinha 79 anos e estava praticamente cego
Morre o poeta João Cabral de Melo Neto
da Sucursal do Rio
O poeta e acadêmico João Cabral de Melo Neto morreu ontem,
por volta das 11h30, em seu apartamento, no Flamengo (zona sul
do Rio), aos 79 anos. A causa da
morte não foi divulgada.
Seu filho João Cabral de Melo
disse que o pai não sofria de nenhuma doença além do problema
visual.
O autor de "Morte e Vida Severina" morreu de mãos dadas com
sua mulher, Marly de Oliveira, rezando. Ele estava praticamente
cego e sofria de depressão nos últimos anos de vida.
O escritor era casado pela segunda vez. Tinha cinco filhos.
Segundo o também acadêmico
Antônio Olinto, a limitação visual
aumentava a depressão de João
Cabral, porque ele era um grande
apreciador de pintura. Desde os
30 anos, o poeta sofria de dores de
cabeça frequentes.
Até as 16h, o corpo do escritor
ainda não havia sido liberado para o velório, que seria realizado na
sede da Academia Brasileira de
Letras, no centro do Rio.
João Cabral foi eleito para a ABL
em 1968 e ocupava a cadeira número 37, que já havia sido ocupada, entre outros, por Getúlio Vargas e Assis Chateaubriand.
O enterro será hoje, às 13h, no mausoléu da academia, no cemitério São
João Batista, em Botafogo (zona
sul).
João Cabral de Melo Neto era
diplomata, tendo exercido o cargo de embaixador no Senegal e na
Colômbia.
Seu último posto na carreira diplomática foi o de cônsul-geral do
Brasil na cidade do Porto, em Portugal, em 1985, quando se aposentou.
O primeiro livro do poeta foi
"Pedra do Sono", lançado em
1942. Para Antônio Olinto, a obra
iniciou uma nova fase na literatura brasileira, marcada por um antiparnasianismo que influenciou
vários outros poetas brasileiros.
Texto Anterior: Polícia: Garota é ferida em tentativa de roubo a lotérica Próximo Texto: "O futebol me tomava tempo", diz em sua última entrevista Índice
|