São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2001

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PAINEL

Veto pefelista
Em conversas com aliados ontem, Roseana Sarney (PFL) disse que ainda não sabe se disputará a eleição presidencial. Mas deixou bem claro que jamais apoiará José Serra. Segundo a governadora, o ministro da Saúde patrocina o PSDB maranhense, seu grande inimigo local.

Não emplaca
Roseana (MA) admite a possibilidade de apoiar o governador Tasso Jereissati, que, na sua visão, não está contaminado pelo desgaste político de FHC. Mas a governadora considera remotas as chances de a candidatura do tucano cearense decolar.

Sonho maranhense
No fundo, Roseana está cada vez mais animada com a possibilidade de disputar a sucessão. Chega a dizer que, em razão do fraco desempenho dos tucanos nas pesquisas, sua candidatura poderá tornar-se irreversível.

Ameaça baiana
O PFL da Bahia, liderado por ACM, também não aceita apoiar José Serra. O ex-senador ameaça ceder seu palanque a Ciro Gomes ou a Itamar Franco se o partido não lançar Roseana.

Parece, mas não é
Piada que circula na internet: "O FBI e a CIA procuram um milionário árabe, obcecado pelo poder, adorado por seus seguidores e com US$ 200 mi no exterior". No final, não aparece a foto de Osama, mas a de Maluf.

Feudo familiar
Respaldado pelo TSE, Esperidião Amin deve disputar o Senado e lançar sua mulher, Angela, à sua sucessão em SC. O TSE permitiu que mulheres sucedam a maridos em primeiro mandato, desde que renunciem a seis meses do fim da gestão.

Lei para os outros
Somente um funcionário do segundo escalão do governo, candidato em 2002, cumpriu a determinação de deixar o cargo até o último sábado: Delcídio Gomes, diretor da Petrobras, que se filiou ao PT.

Vitrine nacional
A Prefeitura de São Paulo gastou com publicidade praticamente o mesmo que o governo paulista no período de janeiro a outubro de 2001.

Imagem é tudo
Marta Suplicy já destinou este ano R$ 17,1 milhões para a publicidade (verba liquidada do Orçamento). Geraldo Alckmin repassou R$ 17,6 milhões. Detalhe: o Orçamento total do município é de R$ 8,1 bilhões. O do Estado, de R$ 43,38 bilhões.

Propaganda concentrada
Em 2000, ano eleitoral, o tucanato paulista foi bem mais generoso com a publicidade. O governo do Estado gastou R$ 40,8 milhões no setor, muito mais do que a média verificada entre 1996 a 1999 (R$ 24,1 milhões).

Mania de grandeza
O senador Renan Calheiros (PMDB) bancou o ministro anteontem. "Inaugurou" um trevo em São Sebastião, em Alagoas, construído pela União. Nem o ministro Eliseu Padilha (Transportes) nem o governador Ronaldo Lessa estavam presentes.

Sem extremismo
Anthony Garotinho (PSB-RJ) começou a procurar a Igreja Católica. Ontem, o governador esteve com o arcebispo de Campinas, d. Gilberto Lopes. O presidenciável quer desfazer a imagem de "candidato evangélico".

Cara na porta
Não houve o encontro de Brizola com Ciro Gomes no Rio. O pedetista, que ficou incomodado com a filiação de Antonio Britto ao PPS, mandou avisar ao presidenciável que prefere "esperar a poeira baixar".

Vaga apertada
O senador carlista Waldeck Ornélas (PFL-BA) terá de se contentar em disputar a Câmara se ACM decidir mesmo concorrer ao Senado em 2002. Ou em ser candidato a vice na chapa de Paulo Souto ao governo da Bahia. A outra vaga na disputa ao Senado será de César Borges

TIROTEIO

Do deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), sobre a não-filiação de Pedro Malan ao PSDB e a disputa no tucanato pela candidatura à sucessão de FHC:
- Malan não teve coragem de entrar no PSDB. Percebeu que o partido vive um processo fratricida por causa da eleição.

CONTRAPONTO

Materialista da bola

Célio de Castro filiou-se dias atrás ao PT. O prefeito de Belo Horizonte (MG), que foi eleito pelo PSB, enfrenta um período tumultuado na cidade, com crise na educação e greve de médicos. Antes de sua filiação, militantes da esquerda do PT chegaram a distribuir um adesivo na cidade em protesto contra a entrada do prefeito no partido:
- No PT, não! Senhor Célio, procure outro (lugar).
Na cerimônia de filiação, Célio fez um longo discurso com várias citações de Marx.
O deputado Tilden Santiago, que assistia ao discurso e acompanhara de perto os problemas na educação e na saúde, não deixou passar a oportunidade.
Rindo, virou-se para um assessor e ironizou:
- Conheço o Célio há mais de 20 anos. Tenho dúvidas se ele está se referindo realmente a Karl Marx ou ao Marques, artilheiro do Atlético Mineiro.



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