São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2001

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PERFIL

Deputado pregava "sindicalismo de resultados"

DA REDAÇÃO

A vida política do amazonense Luís Antônio de Medeiros, deputado federal pelo PL-SP, é marcada por uma virada da esquerda para a direita. Depois de envolver-se com a luta armada, em 1971, refugiou-se no Chile e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Na década de 70, viveu em Cuba e na União Soviética.
Quando voltou ao Brasil, em 1977, foi trabalhar como metalúrgico em São Paulo e, dois anos depois, entrou para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (SinMet).
Em 1981, já como primeiro-secretário do SinMet, abandonou a direção estadual do PCB e começou sua guinada para a direita. Em 1986, assumiu a presidência do sindicato e aderiu à recém-criada Confederação Geral dos Trabalhadores, que reunia a ala mais conservadora do sindicalismo e se opunha à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
À frente do SinMet, Medeiros tornou-se o principal expoente do "sindicalismo de resultados", que defendia a melhoria salarial em detrimento da discussão política.
Nas eleições de 1989, apoiou à candidatura de Fernando Collor de Melo à Presidência da República e, em 1990, começou a articular a formação da Força Sindical, fundada no ano seguinte.
Em 1992, declarou apoio ao impeachment de Collor e teve seu nome ligado a um inquérito que apurava o desvio de US$ 118 mil de uma verba repassada, em 1990, pela Secretaria Estadual do Trabalho ao Ibes (Instituto Brasileiros de Estudos Sindicais), do qual era presidente. O inquérito foi concluído em 1995 e acabaria por condená-lo a restituir US$ 30 mil ao governo de São Paulo.
Em 1993, Medeiros filiou-se ao Partido Progressista (PP) e, em 1994, lançou-se para o governo de São Paulo -quando Mário Covas, morto em março, foi eleito.
Ainda em 1994, apoiou a candidatura de FHC à Presidência da República.
No ano seguinte, reportagem da Folha trouxe novas acusações ligadas ao Ibes. Wagner Cinchetto, ex-tesoureiro do instituto, acusava Medeiros de montar um esquema paralelo de arrecadação de recursos para viabilizar o funcionamento da Força Sindical.
Ainda em 1995, foi para o PTB, aliado de FHC e, em 1998, foi para o PFL, elegendo-se deputado federal. Em 2001, foi para o PL, partido que pode apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.


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