São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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ELEIÇÕES 2002 - PRESIDENTE

Ex-governador cobra compromissos do PT e rejeita aderir a eventual governo; pefelistas liberam lulistas

Com críticas, Garotinho apóia Lula, e PFL se decide por Serra

Em um dia de intensas articulações para obter apoios políticos e partidários no segundo turno da eleição presidencial, o tucano José Serra e o petista Luiz Inácio Lula da Silva contabilizaram perdas e ganhos.
Pela manhã, Serra obteve uma recomendação formal de voto da Executiva Nacional do PFL. O partido, porém, deixou livres os setores que apóiam Lula, como Antonio Carlos Magalhães (BA) e Roseana Sarney (MA). Clésio Andrade, vice do governador tucano eleito em Minas, Aécio Neves, disse ter "dificuldades de apoiar Serra" e declarou voto em Lula.
Serra acertou maior participação do PMDB e do PPB na sua campanha. Disse aos aliados que três meses de governo Lula bastariam para jogar o país numa profunda crise econômica. E voltou a acenar com a promessa de que os novos aliados teriam lugar em seu governo.
Fracassou, no entanto, a tentativa, feita com a ajuda do presidente Fernando Henrique Cardoso, de obter empenho claro de Aécio a favor do tucano. Em contrapartida, Tasso Jereissati, que apoiou Ciro Gomes (PPS) no primeiro turno, se comprometeu a auxiliá-lo no Ceará.
Lula, por sua vez, obteve a declaração de voto de Anthony Garotinho, presidenciável derrotado do PSB. A adesão, no entanto, veio cheia de ressalvas e críticas pesadas ao PT. Em entrevista exclusiva à Folha, o ex-governador cobra uma série de compromissos, entre eles a sua proposta de elevar o salário mínimo a R$ 280 já em 2003, para ir além da atitude protocolar.
Garotinho diz ainda que não irá aparecer pedindo votos na campanha de Lula na TV e que rejeitará qualquer participação dele ou do PSB em eventual governo petista.
Temendo rachar de vez, o PTB adiou a decisão sobre quem apoiar. Vice de Ciro, o sindicalista Paulo Pereira da Silva, do partido, declarou voto em Lula, seguindo as demais legendas da Frente Trabalhista, PPS e PDT. O senador José Sarney (AP) disse ontem em São Paulo que irá aglutinar no PMDB uma frente anti-Serra. A Executiva do PSB se reúne hoje para definir os termos do apoio ao petista.


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