|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2002 - PRESIDENTE
Ex-governador cobra compromissos do PT e rejeita aderir a eventual governo; pefelistas liberam lulistas
Com críticas, Garotinho apóia Lula, e PFL se decide por Serra
Em um dia de intensas articulações para obter apoios políticos e partidários no segundo
turno da eleição presidencial, o tucano José Serra e o petista Luiz Inácio Lula da Silva contabilizaram perdas e ganhos.
Pela manhã, Serra obteve uma recomendação formal de voto da Executiva Nacional do
PFL. O partido, porém, deixou livres os setores
que apóiam Lula, como Antonio Carlos Magalhães (BA) e Roseana Sarney (MA). Clésio Andrade, vice do governador tucano eleito em Minas, Aécio Neves, disse ter "dificuldades de
apoiar Serra" e declarou voto em Lula.
Serra acertou maior participação do PMDB e
do PPB na sua campanha. Disse aos aliados que
três meses de governo Lula bastariam para jogar o país numa profunda crise econômica. E
voltou a acenar com a promessa de que os novos aliados teriam lugar em seu governo.
Fracassou, no entanto, a tentativa, feita com
a ajuda do presidente Fernando Henrique Cardoso, de obter empenho claro de Aécio a favor
do tucano. Em contrapartida, Tasso Jereissati,
que apoiou Ciro Gomes (PPS) no primeiro turno, se comprometeu a auxiliá-lo no Ceará.
Lula, por sua vez, obteve a declaração de voto
de Anthony Garotinho, presidenciável derrotado do PSB. A adesão, no entanto, veio cheia de
ressalvas e críticas pesadas ao PT. Em entrevista
exclusiva à Folha, o ex-governador cobra uma
série de compromissos, entre eles a sua proposta de elevar o salário mínimo a R$ 280 já
em 2003, para ir além da atitude protocolar.
Garotinho diz ainda que não irá aparecer
pedindo votos na campanha de Lula na TV e
que rejeitará qualquer participação dele ou do
PSB em eventual governo petista.
Temendo rachar de vez, o PTB adiou a decisão sobre quem apoiar. Vice de Ciro, o sindicalista Paulo Pereira da Silva, do partido,
declarou voto em Lula, seguindo as demais legendas da Frente Trabalhista, PPS e PDT. O
senador José Sarney (AP) disse ontem em São
Paulo que irá aglutinar no PMDB uma frente
anti-Serra. A Executiva do PSB se reúne hoje
para definir os termos do apoio ao petista.
Texto Anterior: Orçamento: Governo decide aumentar gastos em mais R$ 1,577 bi Próximo Texto: Justiça eleitoral: Tribunal leva 62 horas para concluir apuração eletrônica Índice
|