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Lula e Alckmin levam o voto do vice de Ciro
DA REPORTAGEM LOCAL
No mesmo dia em que anunciou apoio ao candidato tucano a
governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, o vice na chapa derrotada de Ciro Gomes (PPS), Paulo
Pereira da Silva (PTB), declarou
voto no petista Luiz Inácio Lula
da Silva para presidente.
"A tendência é o partido liberar
para que apoiemos quem quisermos. Eu vou votar no Lula", disse,
admitindo subir no palanque do
petista caso seja convidado.
Quanto ao PTB, preocupado
diante da possibilidade de um racha, deve liberar o apoio de seus
integrantes no segundo turno. A
decisão deve ser anunciada hoje,
após um almoço na casa do presidente da legenda, o deputado federal José Carlos Martinez.
Com isso, o PTB será o único
dos partidos da Frente Trabalhista que deu sustentação a Ciro a
não optar por Lula. PPS e PDT
anunciaram anteontem a adesão
ao petista. Defensor do apoio a
Lula, Martinez, segundo petebistas ouvidos pela Folha, não insistirá na união com o PT diante da
divisão existente hoje na bancada
entre José Serra e o petista.
"Não queremos rachar mais do
que já está rachado", disse um integrante da direção petebista que
prefere não ser identificado.
Embora haja na legenda partidários da adesão ao PSDB, dirigentes do PTB afirmam que, se o
apoio do partido ao tucano Geraldo Alckmin em São Paulo não encontrou resistências, o mesmo
não se pode dizer de Serra.
Ele é apontado por parlamentares da sigla derrotados na eleição
como o responsável pela verticalização que os teria prejudicado. É
visto ainda com mágoa pelo bombardeio contra o partido assim
que os petebistas decidiram optar
por Ciro. Atribuem também a
Serra as notícias de que se recomporiam com o governo assim que
recebessem promessas de cargos.
"O PTB apoiar o Serra vai ser
impossível", declarou ontem o
deputado Walfrido Mares Guia,
um dos coordenadores da candidatura derrotada de Ciro. "Não
podemos apoiar alguém que destruiu os empregos e que agora, na
maior cara de pau, promete criar
outros. Se o Serra ganhar, vamos
para a oposição", completou ele,
defensor da adesão a Lula.
O deputado Arnaldo Faria de Sá
concorda, mas afirma que existe a
mesma dificuldade em relação a
Lula. "O que o Serra fez com a
bancada complica nosso apoio a
ele, mas, apesar disso, e com todas
as restrições ao Serra, também
acho difícil nosso apoio ao PT."
Pressão
Pesa também na decisão da sigla
a pressão exercida pelo PDT de
Leonel Brizola, que ontem já assumiu suas duas cadeiras na coordenação da campanha petista.
Encarregados de colaborar na articulação política, participaram
ontem de uma reunião com o PT
o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, e Carlos Lupi, vice-presidente do partido. PTB e PDT
planejam uma fusão. Um eventual apoio do PTB a Serra, diz um
integrante da direção do PDT,
"não ajudaria" nesse processo.
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