São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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SENADO

Mercadante teve a maior votação da história, 10 milhões, mas, com 29,86%, perde no percentual de votos válidos nos Estados

Recordista, petista é o 11º em votos válidos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Eleito senador de São Paulo com mais de 10 milhões de votos, o deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP) se tornou o parlamentar mais votado da história, mas, entre os 54 senadores que assumirão seus cargos em fevereiro, está em 11º lugar em percentual de votos válidos recebidos nos respectivos Estados.
Proporcionalmente, o mais votado foi o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do seu partido no Senado, que conseguiu a reeleição com 815.136 votos, o que representa 42,27% dos votos válidos em Alagoas.
A votação recordista de Mercadante equivale a 29,86% dos válidos em São Paulo, maior colégio eleitoral do país.
O petista teve uma votação 134 vezes superior à de Augusto Botelho (PDT), de Roraima, que obteve 77.635 votos -25,28% dos votos válidos no Estado-, sendo o senador eleito com menor número de votos.
Botelho, 54, é um dos seis senadores eleitos no último domingo que nunca exerceram cargo eletivo. Médico e pecuarista, é membro da Sociedade Brasileira de Mastologia e ex-secretário estadual da Saúde.
Na relação de senadores proporcionalmente mais votados, há nove recém-eleitos na frente de Aloizio Mercadante, além de Renan Calheiros.
São eles, na seguinte ordem: Ramez Tebet (PMDB-MS), atual presidente do Senado, a ex-governadora maranhense e ex-presidenciável Roseana Sarney (PFL), a senadora Marina Silva (PT-AC), o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati (PSDB), o senador Leomar Quintanilha (PFL-TO), o senador Romero Jucá (PSDB-RR), vice-líder do governo Fernando Henrique Cardoso no Senado, o ex-senador baiano Antonio Carlos Magalhães (PFL), o senador Osmar Dias (PDT-PR) e o ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque (PT).

Novatos
Com 40 novos senadores, a renovação do Senado será de quase 50% das 81 cadeiras a partir de 2003, embora a maioria dos eleitos já tenha exercido mandato de governador (10), deputado federal (13), deputado estadual (7) ou prefeito (2).
Dos 32 senadores que disputaram a reeleição, 15 foram vitoriosos -incluindo nessa conta o ex-senador baiano Antonio Carlos Magalhães, que renunciou no ano passado para escapar de um processo de cassação, no episódio da violação do painel eletrônico do Senado.
Um dos eleitos mais experientes é o vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL-PE).
Há ainda seis estreantes no Legislativo. Entre eles, está Fátima Cleide (PT-RO), uma militante do movimento sindical no Estado de Rondônia que é desconhecida até pela maioria da bancada petista no Senado.
Formada em letras e professora do ensino público federal, ela preside o diretório regional do PT no Estado desde 1999.
Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC), 53, atua na política desde os anos 60, quando militava em uma dissidência do PC do B (Ala Vermelha).

Surpresa
Os eleitores do Rio de Janeiro não elegeram senador o ex-governador do Estado Leonel Brizola, presidente do PDT, e produziram uma das surpresas do Senado neste ano: Marcelo Crivella (PL-RJ), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Além de cantor de músicas religiosas, Crivella administra um projeto agrícola no sertão da Bahia.
Goiás preferiu renovar sua representação no Senado, com a derrota do ex-governador Iris Rezende (PMDB) e a eleição do novato Demóstenes Torres (PFL), ex-procurador-geral de Justiça do Estado de Goiás (1995 a 1998) e ex-secretário da Segurança no governo de Marconi Perillo (PSDB).
Outro estreante no cenário parlamentar é Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-secretário de Infra-estrutura e Habitação no governo de Zeca do PT (MS). (RAQUEL ULHÔA)


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