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A HORA DAS CASSAÇÕES
Deputados sabem que sem renúncia serão cassados, diz petebista
Para Izar, acusados devem renunciar
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Conselho de
Ética da Câmara, Ricardo Izar
(PTB-SP), afirmou que há "grandes chances" de ocorrerem renúncias de mandato nesta semana entre os 13 parlamentares que
estão na iminência de terem seus
processos de cassação abertos. Segundo ele, todos sabem, principalmente os que erraram, que serão cassados caso não renunciem.
Os seis petistas do grupo, embora afirmem que não pretendem
abandonar a luta pelo mandato,
avaliam rever a decisão caso constatem que todos os outros sete
não petistas pretendam renunciar, o que os deixariam isolados
na "arena" do Conselho de Ética.
"Acho que há grandes chances
de alguns renunciarem. Todos já
sabem, principalmente aqueles
que erraram, que, vindo para o
conselho, vão ser cassados. (...)
Esse pessoal que vai renunciar sabe da punição no conselho, que ali
a coisa é muito séria. Só alivia para
aqueles contra os quais não se encontrara nada, nada", disse Izar.
Esta semana é decisiva porque a
Mesa Diretora se reúne amanhã e
deve definir pela abertura do processo de cassação contra os 13 deputados, posição que será defendida pelo presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Há uma
possibilidade de adiamento para
a próxima semana da decisão caso o quarto-secretário, João Caldas (PL-AL), cumpra a promessa
de pedir "vista" aos processos.
Antes de ter seu nome enviado
ao conselho, o acusado que renunciar fica livre da inelegibilidade até 2015 que uma cassação
acarretaria. Izar disse que, se a
Mesa aprovar a abertura amanhã,
ele abre os processos na quinta.
Com isso, hoje e amanhã serão
dias de intensas conversas entre
os acusados, uma espécie de
"marcação" de uns sobre os outros como forma de saber qual decisão mais lhes convém.
Pessoas que conversaram com
Jaques Wagner (articulador político) disseram que ele afirma desconhecer articulação do Planalto
para forçar os petistas a renunciarem, muito menos, como foi especulado, que havia sido fechado
acordo para a renúncia dos seis.
O líder do governo, Arlindo
Chinaglia, disse que acha improvável uma decisão coletiva. "Por
se tratar de uma posição acima de
tudo pessoal, acho difícil que todos tomem a mesma decisão."
Os petistas cujos mandatos estão ameaçados são: Paulo Rocha
(PA), Josias Gomes (BA), Professor Luizinho (SP), José Mentor
(SP), João Paulo Cunha (SP) e
João Magno (MG). José Dirceu
(SP), outro integrante do partido
acusado de envolvimento com o
"mensalão", já sofre processo.
Petistas ouvidos pela Folha disseram que os mais inclinados à renúncia são Rocha e Gomes. Gomes, no entanto, nega.
Os outros sete acusados são: José Borba (PMDB-PR), Wanderval
dos Santos (PL-SP), José Janene
(PP-PR), Pedro Henry (PP-MT),
Pedro Corrêa (PP-PE), Vadão
Gomes (PP-SP) e Roberto Brant
(PFL-MG). Desses, a renúncia
mais certa é a de Borba. Dos quatro pepistas, todos negam a renúncia. Outros dois, Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz
(PTB-MG), já sofrem processo.
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