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TÍTULOS SOB SUSPEITA
Impeachment de Paulo Afonso Vieira não foi aprovado porque 4 deputados mudaram seus votos
PFL e PDT podem punir infiéis em SC
FÁBIO ZANINI
da Agência Folha, em Florianópolis
Os quatro deputados que
desrespeitaram
a orientação de
seus partidos,
posicionando-se contra o
impeachment
do governador de Santa Catarina,
Paulo Afonso Vieira (PMDB), na
votação de anteontem na Assembléia Legislativa, já estão sofrendo
consequências da sua decisão.
O relatório que pedia o impeachment de Vieira recebeu, na quarta-feira, 25 votos favoráveis, mas
eram necessários 27 para que ele
fosse aprovado.
Quatro deputados que, na primeira votação do processo, a que
determinou a abertura de processo
por crime de responsabilidade
contra Vieira, haviam votado contra o governo, anteontem mudaram de posição.
PFL
O primeiro a ser punido foi Onofre Agostini, destituído anteontem
à noite da liderança do PFL na Assembléia por seis dos oito parlamentares da bancada. Ele se ausentou da votação de quarta. O novo líder pefelista, Wilson
Wan-Dall, tomou posse ontem.
Além disso, Agostini e seu colega
Ciro Roza, que também mudou de
posição e se ausentou da votação,
sofrem processos de expulsão do
partido, protocolados na quarta-feira na comissão de ética do
partido pelo deputado estadual Júlio Teixeira.
Se forem expulsos, os deputados
não poderão concorrer à reeleição
no ano que vem, pois o prazo para
filiação a outros partidos encerrou-se no último dia 3 de outubro.
Eles ainda poderão, entretanto,
recorrer à Justiça Eleitoral para se
manter no partido.
PDT
No PDT, a expulsão do deputado
Jaime Mantelli seguirá um rito sumário. Mantelli, quando era relator do processo, havia sugerido o
afastamento do governador, mas,
na quarta-feira, acabou votando
pela permanência de Vieira.
"Em menos de dois meses, essa
atitude de traição estará punida.
No PDT, ele não fica de jeito nenhum", disse Manoel Dias, secretário da Executiva Nacional pedetista. A executiva da legenda já
aprovou, por unanimidade, um
parecer recomendando à comissão interna de ética a desfiliação de
Mantelli.
O deputado infiel que tem mais
chances de permanecer em seu
partido é Jorginho Mello (PSDB),
que se absteve, contrariando a posição do partido..
"Na semana que vem, definiremos a situação de Jorginho. Primeiro, quero ter uma longa conversa com ele", disse o presidente
da Assembléia, Francisco Kuster,
que também preside o diretório
estadual do PSDB.
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