São Paulo, sexta, 10 de outubro de 1997.



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TÍTULOS SOB SUSPEITA
Impeachment de Paulo Afonso Vieira não foi aprovado porque 4 deputados mudaram seus votos
PFL e PDT podem punir infiéis em SC

FÁBIO ZANINI
da Agência Folha, em Florianópolis


Os quatro deputados que desrespeitaram a orientação de seus partidos, posicionando-se contra o impeachment do governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), na votação de anteontem na Assembléia Legislativa, já estão sofrendo consequências da sua decisão.
O relatório que pedia o impeachment de Vieira recebeu, na quarta-feira, 25 votos favoráveis, mas eram necessários 27 para que ele fosse aprovado.
Quatro deputados que, na primeira votação do processo, a que determinou a abertura de processo por crime de responsabilidade contra Vieira, haviam votado contra o governo, anteontem mudaram de posição.
PFL
O primeiro a ser punido foi Onofre Agostini, destituído anteontem à noite da liderança do PFL na Assembléia por seis dos oito parlamentares da bancada. Ele se ausentou da votação de quarta. O novo líder pefelista, Wilson Wan-Dall, tomou posse ontem.
Além disso, Agostini e seu colega Ciro Roza, que também mudou de posição e se ausentou da votação, sofrem processos de expulsão do partido, protocolados na quarta-feira na comissão de ética do partido pelo deputado estadual Júlio Teixeira.
Se forem expulsos, os deputados não poderão concorrer à reeleição no ano que vem, pois o prazo para filiação a outros partidos encerrou-se no último dia 3 de outubro.
Eles ainda poderão, entretanto, recorrer à Justiça Eleitoral para se manter no partido.
PDT
No PDT, a expulsão do deputado Jaime Mantelli seguirá um rito sumário. Mantelli, quando era relator do processo, havia sugerido o afastamento do governador, mas, na quarta-feira, acabou votando pela permanência de Vieira.
"Em menos de dois meses, essa atitude de traição estará punida. No PDT, ele não fica de jeito nenhum", disse Manoel Dias, secretário da Executiva Nacional pedetista. A executiva da legenda já aprovou, por unanimidade, um parecer recomendando à comissão interna de ética a desfiliação de Mantelli.
O deputado infiel que tem mais chances de permanecer em seu partido é Jorginho Mello (PSDB), que se absteve, contrariando a posição do partido..
"Na semana que vem, definiremos a situação de Jorginho. Primeiro, quero ter uma longa conversa com ele", disse o presidente da Assembléia, Francisco Kuster, que também preside o diretório estadual do PSDB.



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