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CONEXÃO CUBANA
Poleto e Buratti depõem hoje na CPI
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
A CPI dos Bingos entra hoje no
"caso Cuba" com os depoimentos
de Rogério Buratti e Vladmir Poleto, que trabalharam com o ministro Antonio Palocci (Fazenda)
na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Poleto teria trazido de Brasília para Campinas três caixas com dólares vindos do país.
Buratti teria ouvido de Ralf Barquete, que também era assessor
de Palocci e morreu de câncer em
2004, que as caixas de bebida continham US$ 3 milhões. Já Poleto
afirma ter ouvido do mesmo Barquete -que teria levado o dinheiro de Campinas para a sede do
PT, em São Paulo- que as caixas
tinham US$ 1,4 milhão.
Poleto está ligado aos três principais escândalos do segundo
mandato de Palocci em Ribeirão:
a licitação do molho de tomate
com ervilhas, o pagamento do
pacto adjecto (indenizações de
ex-proprietários de linhas telefônicas) e a contratação do ICI (Instituto Curitiba de Informática).
Ex-auditor e ex-diretor do Departamento de Contadoria Geral
da Secretaria da Fazenda de Ribeirão Preto de 2001 e 2003, Poleto participou da licitação de
R$ 1,25 milhão realizada por Palocci em 2002 que exigia uma lata
de "molho de tomate peneirado
com ervilhas" em cada uma das
41.787 cestas básicas. O molho era
produzido por apenas uma empresa no país (a Oderich, do Rio
Grande do Sul), que só vendia o
produto para a paulista Cathita.
Outro episódio envolve suposta
fraude no pagamento de indenizações a ex-clientes da Ceterp
(Centrais Telefônicas de Ribeirão
Preto S.A.) em 2002. Poleto, responsável pelo pagamento de R$
600 a cada ex-cliente, foi apontado por funcionários da Fazenda
pelas irregularidades. "Elton Luis
Cirillo, então diretor de Tributos
da Secretaria da Fazenda, afirma
textualmente que em junho de
2002 já houvera denunciado a duplicidade de contratos com relação ao pacto e que Vladimir Poleto e Ralf Barquete Santos [então
secretário da Fazenda] não tomaram nenhuma providência, omitindo-se em face das seríssimas
denúncias", diz o relatório da CPI
que investigou o episódio, apontando o sumiço de R$ 24 milhões.
Poleto também aparece no episódio do ICI, instituto de Curitiba
contratado sem licitação em 2001
por R$ 3 milhões para realizar um
trabalho de modernização no sistema de arrecadação tributária do
qual, segundo funcionários da Secretaria da Fazenda, só se aproveitou uma foto aérea da cidade.
A atualização da planta genérica
de valores, onde foram gastos R$
2,2 milhões, teve de ser totalmente refeita: mais de 70% do levantamento estava errado. Houve recorde de ações judiciais contra a
cobrança do IPTU.
Poleto não foi localizado ontem
para comentar as denúncias.
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