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INVESTIGAÇÃO
Pepebista nega conhecer dossiê sobre presidente, Covas e tucanos
ACM condena Maluf por
suposta trama contra FHC
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
condenou ontem o ex-prefeito
paulistano Paulo Maluf (PPB) por
seu suposto envolvimento na divulgação de documentos contra o
presidente Fernando Henrique
Cardoso, o governador reeleito
Mário Covas (PSDB-SP) e o ministro José Serra (Saúde).
Maluf afirma desconhecer o caso. Segundo o ex-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva,
a deputada Marta Suplicy e o senador Eduardo Suplicy, Maluf procurou políticos petistas para divulgar documentos que comprometeriam os tucanos antes do segundo turno da eleição.
Os documentos insinuam que os
tucanos, mais o ministro Sérgio
Motta (já morto), teriam uma empresa fantasma nas Ilhas Cayman
(paraíso fiscal no Caribe) com
conta de US$ 368 milhões.
O presidente do Senado, que
apoiou o pepebista derrotado por
Covas no segundo turno, disse
que não romperia com Maluf, mas
também não o defendeu.
"Não vou romper com o Maluf.
Mas, se ele estiver envolvido nisso,
evidentemente é uma atitude que
só faz atrapalhá-lo e não o dignifica em nada. É condenável."
Já o vice-presidente Marco Maciel disse ontem que "não haverá
qualquer alteração" na aliança do
PFL com o PPB.
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, elogiou a postura relatada pelos petistas. Segundo ele,
o PT "se comportou como qualquer pessoa de bem", mas não fez
referência a Maluf, aliado de FHC
na eleição deste ano.
O serviço de inteligência do governo deve remeter os documentos que estão sob investigação no
caso da suposta conta em paraíso
fiscal para perícias especializadas,
em escritórios particulares, podendo ser até mesmo no exterior.
"Nós ainda não o fizemos nesse
caso, mas não está descartada a
consulta de especialistas, até mesmo internacionais, para verificar a
autenticidade dos documentos",
disse o coronel Ariel De Cunto,
subsecretário de Inteligência.
Tanto esse caso como a revelação de que o ministro Luiz Carlos
Mendonça de Barros (Comunicações) e seu sucessor na presidência
do BNDES, André Lara Resende,
tiveram telefonemas grampeados,
estão sendo investigados pela Subsecretaria de Inteligência.
Segundo De Cunto, caso sejam
identificados indícios de crime, o
caso será remetido imediatamente
à Polícia Federal e ao Ministério
Público. "Não temos nenhuma
competência de ordem policial ou
jurídica nem faremos nada nesse
sentido, em nenhuma hipótese."
Apesar de não haver investigação policial sobre o caso, Amaral
afirmou que "isso não é assunto
político, é um caso de polícia".
ACM também disse que a apuração não deve ir ao Congresso, como defende o PT.
O porta-voz afirmou que não há
fundamento na história de que tucanos teriam dinheiro no paraíso
fiscal. Sergio Amaral disse também que não "atina" por que
houve grampo no telefone de
Mendonça de Barros e Lara Resende.
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