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"Fuga é uma prisão", afirma Luiz Estevão sobre a situação do ex-juiz
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador cassado Luiz Estevão
de Oliveira disse ontem, ao comentar a prisão do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, que a situação de um foragido equivale à de
um prisioneiro. "A fuga é uma
prisão", afirmou ele.
Isso ocorre, segundo Luiz Estevão, por causa da perseguição e
do isolamento que caracterizam a
situação de foragido.
"Ele (Nicolau) deveria ter se
apresentado desde o primeiro
momento porque estaria solto há
muito tempo", avaliou o senador
cassado, afirmando que a idade
do juiz (72 anos) e o fato de a prisão ser preventiva o teriam deixado em liberdade.
Estevão disse que a prisão de Nicolau não altera em nada seus planos de permanecer no país. "Eu
jamais me ausentaria, se ausentar
é um grande equívoco", declarou.
O senador cassado disse não
acreditar que as investigações sobre suas atividades e empresas sejam afetadas pela prisão do ex-presidente do Tribunal Regional
do Trabalho de São Paulo. "De jeito nenhum", disse.
As investigações da CPI do Judiciário, em 1999, revelaram a existência de pagamentos vultosos
das empresas de Fábio Monteiro
de Barros, da Incal (responsável
pela obra do fórum do TRT), para
o Grupo OK, do então senador
Luiz Estevão (ele foi cassado em
28 de junho deste ano).
Documentos obtidos pelo Ministério da Justiça com autoridades estrangeiras comprovam que
o senador cassado movimentava
duas contas no Delta Bank, em
Miami, das quais saíram três depósitos no valor total de R$ 1,05
milhão para a conta que Nicolau
dos Santos Neto mantinha no
banco Santander, na Suíça.
Os codinomes das contas de
Luiz Estevão eram Leo Green e James Tower. Luiz Estevão afirmou
que não pretende visitar o juiz na
prisão. "Não sou uma pessoa que
tenha esse tipo de intimidade com
ele", afirmou o ex-senador.
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