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Ministeriável propõe desoneração da cesta básica
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Cotado como forte candidato a
ministro da Agricultura do futuro
governo, o presidente da Abag
(Associação Brasileira de Agribusiness), Roberto Rodrigues, 60,
defendeu ontem, em Curitiba, o
fim de todos os tributos na cesta
básica de alimentos.
Para Rodrigues, a desoneração
"serve como instrumento para o
Fome Zero" (principal programa
a ser implantado no início da gestão do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva).
"Se o imposto da cesta básica for
zerado, o preço se reduz e, portanto, aumenta a demanda, aumenta a produção agrícola, oferta-se emprego e movimenta-se a
cadeia produtiva", afirmou.
Rodrigues é um dos defensores
do cooperativismo e transita entre dirigentes de cooperativas
agrícolas do país com desenvoltura. Ele foi o palestrante de ontem
do encontro de cooperativas do
Paraná, que teve como homenageado o atual ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de
Moraes.
FHC
O presidente da Abag disse que
entregou ao coordenador do Fome Zero, José Graziano da Silva,
um estudo sobre a "destributação" da cesta básica e que espera
que seja transformado numa ação
do futuro governo.
"Há uns quatro ou cinco anos, o
presidente Fernando Henrique
Cardoso também concordava
com a desoneração, mas ela acabou não acontecendo", afirmou
Rodrigues.
A tese defendida pelo presidente da Abag atingiria até 20 itens
alimentares, hoje com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) variando entre 7% e 15%.
A cesta básica, cujos preços são
acompanhados mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos) é formada por
13 itens.
Durante o evento promovido
pela Ocepar (Organização das
Cooperativas do Paraná), Pratini
de Moraes e o senador reeleito
Osmar Dias (PDT-PR) trataram
Rodrigues como o futuro ministro. O atual ministro chegou a dar
conselhos ao "sucessor".
"Ele é do ramo e tenho certeza
de que vai continuar os bons programas iniciados", afirmou Pratini. Já Dias prometeu articular
apoio no Senado.
Rodrigues desconversou. "A última conversa que tive com Lula
tem 13 dias", afirmou. Ele disse
que foi chamado para dar idéias
para o Fome Zero.
"Se acontecer alguma coisa comigo como estão falando [ser
confirmado ministro], sozinho eu
não vou. Você vai comigo", disse
Rodrigues ao presidente da Ocepar (a organização das cooperativas do Paraná), João Koslovski,
no meio da conferência.
Antes, em entrevista, o presidente da Abag atribuiu as especulações sobre seu nome a "certa falta de criatividade da mídia" ou ao
fato de "já ter ficado velho". "Faz
15 anos que meu nome aparece no
topo dessas listas."
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