São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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Ministeriável propõe desoneração da cesta básica

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Cotado como forte candidato a ministro da Agricultura do futuro governo, o presidente da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness), Roberto Rodrigues, 60, defendeu ontem, em Curitiba, o fim de todos os tributos na cesta básica de alimentos.
Para Rodrigues, a desoneração "serve como instrumento para o Fome Zero" (principal programa a ser implantado no início da gestão do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva).
"Se o imposto da cesta básica for zerado, o preço se reduz e, portanto, aumenta a demanda, aumenta a produção agrícola, oferta-se emprego e movimenta-se a cadeia produtiva", afirmou.
Rodrigues é um dos defensores do cooperativismo e transita entre dirigentes de cooperativas agrícolas do país com desenvoltura. Ele foi o palestrante de ontem do encontro de cooperativas do Paraná, que teve como homenageado o atual ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes.

FHC
O presidente da Abag disse que entregou ao coordenador do Fome Zero, José Graziano da Silva, um estudo sobre a "destributação" da cesta básica e que espera que seja transformado numa ação do futuro governo.
"Há uns quatro ou cinco anos, o presidente Fernando Henrique Cardoso também concordava com a desoneração, mas ela acabou não acontecendo", afirmou Rodrigues.
A tese defendida pelo presidente da Abag atingiria até 20 itens alimentares, hoje com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) variando entre 7% e 15%.
A cesta básica, cujos preços são acompanhados mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) é formada por 13 itens.
Durante o evento promovido pela Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Pratini de Moraes e o senador reeleito Osmar Dias (PDT-PR) trataram Rodrigues como o futuro ministro. O atual ministro chegou a dar conselhos ao "sucessor".
"Ele é do ramo e tenho certeza de que vai continuar os bons programas iniciados", afirmou Pratini. Já Dias prometeu articular apoio no Senado.
Rodrigues desconversou. "A última conversa que tive com Lula tem 13 dias", afirmou. Ele disse que foi chamado para dar idéias para o Fome Zero.
"Se acontecer alguma coisa comigo como estão falando [ser confirmado ministro], sozinho eu não vou. Você vai comigo", disse Rodrigues ao presidente da Ocepar (a organização das cooperativas do Paraná), João Koslovski, no meio da conferência.
Antes, em entrevista, o presidente da Abag atribuiu as especulações sobre seu nome a "certa falta de criatividade da mídia" ou ao fato de "já ter ficado velho". "Faz 15 anos que meu nome aparece no topo dessas listas."


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