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VERBAS PARA 2003
Pelo Orçamento, empresas do setor elétrico vão perder R$ 1,3 bi; falta de investimento colaborou com apagão
Eletrobrás terá 25% a menos para investir
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As empresas do sistema Eletrobrás terão 25% a menos de recursos para investir no setor elétrico no próximo ano. O Orçamento de
2003 prevê uma perda de R$ 1,3
bilhão na dotação para investimentos das estatais em relação
aos recursos de 2002.
A redução no Orçamento das
estatais afetará principalmente
Furnas, cujos recursos globais encolherão 23% em relação a este
ano, e a Eletronorte, que terá 8% a
menos no próximo ano.
Os dados fazem parte do relatório setorial de infra-estrutura
aprovado ontem na Comissão
Mista de Orçamento.
A falta de investimentos no setor elétrico foi um dos principais
motivos do racionamento de
energia ocorrido entre junho do
ano passado e fevereiro deste ano.
Levantamento preparado pela
equipe de transição do PT sobre o
setor indica problemas de abastecimento de energia no Norte e no
Nordeste no primeiro ano de
mandato do presidente eleito,
Luiz Inácio Lula da Silva.
O orçamento da Petrobras para
o ano que vem, no entanto, será
quase 30% maior que o autorizado em 2002. De R$ 12,7 bilhões, a
estatal passará a investir R$ 16,3
bilhões no próximo ano.
A elevação dos investimentos
da Petrobras, diz o relatório, é o
principal motivo para o aumento
de 13% no volume global de recursos que as estatais da infra-estrutura (empresas das áreas de comunicações, minas e energia e
transportes) terão em 2003.
Dos R$ 23,3 bilhões que o Orçamento de 2003 destina aos investimentos em infra-estrutura, R$
21,1 bilhões são relativos às dotações das estatais. O restante refere-se aos projetos realizados diretamente pelo ministério da área,
que no próximo ano será 60%
menor que em 2002.
O Orçamento geral da infra-estrutura -além de investimentos,
inclui recursos para custeio da
máquina administrativa, entre
outras despesas- será de R$ 34,9
bilhões no ano que vem.
Uma parcela equivalente a R$
4,3 bilhões, entretanto, foi separada em uma reserva de contingência, que contribuirá para o governo atingir o superávit primário
acertado com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O relatório da comissão mostra
que neste ano a reserva de contingência ficou em R$ 1 bilhão.
O setor de infra-estrutura foi o
que mais recebeu recursos do relator-geral do Orçamento, senador Sérgio Machado (PMDB-CE),
para atender emendas dos congressistas. Ao todo, as despesas do
setor foram ampliadas em R$ 1,3
bilhão com as emendas acatadas
pelo relator da peça.
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