São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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VERBAS PARA 2003

Pelo Orçamento, empresas do setor elétrico vão perder R$ 1,3 bi; falta de investimento colaborou com apagão

Eletrobrás terá 25% a menos para investir

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As empresas do sistema Eletrobrás terão 25% a menos de recursos para investir no setor elétrico no próximo ano. O Orçamento de 2003 prevê uma perda de R$ 1,3 bilhão na dotação para investimentos das estatais em relação aos recursos de 2002.
A redução no Orçamento das estatais afetará principalmente Furnas, cujos recursos globais encolherão 23% em relação a este ano, e a Eletronorte, que terá 8% a menos no próximo ano.
Os dados fazem parte do relatório setorial de infra-estrutura aprovado ontem na Comissão Mista de Orçamento.
A falta de investimentos no setor elétrico foi um dos principais motivos do racionamento de energia ocorrido entre junho do ano passado e fevereiro deste ano.
Levantamento preparado pela equipe de transição do PT sobre o setor indica problemas de abastecimento de energia no Norte e no Nordeste no primeiro ano de mandato do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
O orçamento da Petrobras para o ano que vem, no entanto, será quase 30% maior que o autorizado em 2002. De R$ 12,7 bilhões, a estatal passará a investir R$ 16,3 bilhões no próximo ano.
A elevação dos investimentos da Petrobras, diz o relatório, é o principal motivo para o aumento de 13% no volume global de recursos que as estatais da infra-estrutura (empresas das áreas de comunicações, minas e energia e transportes) terão em 2003.
Dos R$ 23,3 bilhões que o Orçamento de 2003 destina aos investimentos em infra-estrutura, R$ 21,1 bilhões são relativos às dotações das estatais. O restante refere-se aos projetos realizados diretamente pelo ministério da área, que no próximo ano será 60% menor que em 2002.
O Orçamento geral da infra-estrutura -além de investimentos, inclui recursos para custeio da máquina administrativa, entre outras despesas- será de R$ 34,9 bilhões no ano que vem.
Uma parcela equivalente a R$ 4,3 bilhões, entretanto, foi separada em uma reserva de contingência, que contribuirá para o governo atingir o superávit primário acertado com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O relatório da comissão mostra que neste ano a reserva de contingência ficou em R$ 1 bilhão.
O setor de infra-estrutura foi o que mais recebeu recursos do relator-geral do Orçamento, senador Sérgio Machado (PMDB-CE), para atender emendas dos congressistas. Ao todo, as despesas do setor foram ampliadas em R$ 1,3 bilhão com as emendas acatadas pelo relator da peça.


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