|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SP
Quantia é de auxílio-moradia retroativo
Assembléia pode dar R$ 7 mi a deputados
DA REPORTAGEM LOCAL
A Assembléia Legislativa de São
Paulo estuda a possibilidade de liberar R$ 7,61 milhões para os 94
deputados estaduais, ainda desta
gestão, como auxílio-moradia.
A proposta, que será definida
hoje em reunião de líderes partidários da Assembléia Legislativa,
é defendida pela maioria dos parlamentares.
Como justificativa, eles argumentam que outras autoridades
(deputados federais, juízes e procuradores) também recebem o
auxílio-moradia -legalmente, os
deputados estaduais têm direito a
75% do recebimento dos federais.
Mais do que receber a ajuda financeira mensal, alguns deputados defendem o caráter retroativo
da lei.
Eles tomam como ponto de partida para receber retroativamente
o mês de março de 2000, quando
foi aprovada uma liminar que autorizava o auxílio-moradia para o
Judiciário e também para o Ministério Público.
Se a Assembléia paulista aprovar o benefício retroativo, pagará
R$ 81 mil (com reajuste) para cada deputado e depois uma parcela
mensal de R$ 1.600.
Hoje os 94 deputados paulistas
contam com um salário mensal
de R$ 6.200 e uma verba de gabinete de R$ 13 mil.
Todos os meses eles também
têm uma cota de cerca de R$ 200
para contas de telefone. Por ano,
recebem mais R$ 6.200 como auxílio-paletó.
Para poder ser aprovada em
plenário, a lei precisa dos votos favoráveis da metade dos deputados mais um.
Em seguida, o projeto de lei é
encaminhado para a aprovação
final do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB).
"Deputado é cidadão"
Segundo o presidente da Casa,
Walter Feldman (PSDB), não
existe a possibilidade de a Câmara
pagar os benefícios retroativos.
"Se tem deputado defendendo isso, pode defender, não importa",
afirmou o deputado tucano, que
diz ser justa a aprovação da parcela mensal de auxílio-moradia de
R$ 1.600.
"O deputado também é um cidadão e como cidadão deve lutar
por seus direitos", disse.
Ao ser questionado sobre o motivo de os parlamentares não terem defendido esse direito antes
da eleição, disse que isso "realmente não foi justo". "Não tenho
a menor dúvida [de que não foi
justo]. Mas essa foi uma decisão
coletiva, não de um ou de outro
deputado."
Segundo Feldman, não existe a
possibilidade de o auxílio-moradia ser aprovado na "calada da
noite".
"Queremos dar total transparência para esse processo. A imprensa e a sociedade podem e devem acompanhar", afirmou o
presidente da Casa.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
Texto Anterior: Negociação atrasa o "Diário Oficial" Próximo Texto: Mato Grosso: PF acha promissórias em sala de fugitivo Índice
|