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MATO GROSSO
Total é de R$ 15,4 mi
PF acha promissórias em sala de fugitivo
FREE-LANCE PARA A
AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A Polícia Federal anunciou ontem a apreensão de 22 notas promissórias assinadas pelos deputados estaduais José Riva (PSDB) e
Humberto Bosaipo (PL), encontradas durante a operação Arca
de Noé, em Cuiabá (MT), que investiga as atividades do empresário João Arcanjo Ribeiro, que teve
a prisão preventiva decretada na
semana passada. As promissórias
somam R$ 15,4 milhões.
Conhecido como "o comendador", Arcanjo é apontado pelo
Ministério Público Federal como
o líder do crime organizado no
Estado de Mato Grosso.
As promissórias com as assinaturas foram encontrados na Real
Factoring, sede dos negócios de
Arcanjo em Cuiabá, e têm as assinaturas dos deputados Riva e Bosaipo, respectivamente primeiro-secretário e presidente da Assembléia Legislativa.
A primeira promissória data de
fevereiro de 1999, e a última, de
dezembro do ano de 2000.
Na semana passada, a polícia já
havia localizado nessa empresa
três cheques da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, no valor de
R$ 348 mil cada, totalizando R$
1,04 milhão.
Arcanjo também é suspeito de
ser o mandante do assassinato do
dono do jornal "Folha do Estado", Sávio Brandão, morto com
quatro tiros na calçada em frente
à sua empresa. O jornal critica Arcanjo. Duas pessoas estão detidas
desde outubro pelo crime.
Após decreto de prisão preventiva expedido na semana passada,
Arcanjo fugiu de Cuiabá e até ontem não havia sido localizado pela
polícia. Agentes da Polícia Federal
chegaram a viajar à Bolívia em
busca do empresário, mas não o
encontraram.
Futebol na chácara
Os deputados Riva e Bosaipo
ocuparam a tribuna da Assembléia Legislativa ontem pela manhã para falar sobre a apreensão
das notas promissórias.
"Sou amigo pessoal do comendador e o nosso time de futebol já
jogou partidas em sua chácara várias vezes. Agora que ele caiu em
desgraça, não vou fugir da raia",
afirmou Bosaipo.
O deputado Riva disse que,
quando eles (Riva e Bosaipo) assumiram a mesa diretora, a Assembléia de Mato Grosso tinha
cerca de R$ 40 milhões em dívidas
acumuladas com fornecedores.
"Estas notas foram um compromisso pessoal meu e de Bosaipo,"
afirmou o deputado.
Segundo Riva, as promissórias
foram assinadas como uma espécie de caução, para que os fornecedores pudessem ter garantia do
recebimento do dinheiro.
"Elas [as promissórias] não foram resgatadas porque imaginávamos que tinham sido perdidas.
Ainda bem que a Polícia Federal
encontrou os documentos", disse
o parlamentar.
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