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"Gastamos dinheiro com pobre", diz Agripino
da Agência Folha e das Regionais
O deputado estadual eleito Agripino Lima (PFL-SP), um dos donos da Unoeste, de Presidente Prudente (SP), confirmou que usa um
avião da universidade, mas disse
que realiza filantropia.
"Só dizem que eu uso um avião a
jato da Unoeste. Eu uso mesmo,
porque o avião foi comprado para
ser usado. Só não dizem que nós
gastamos muito dinheiro com pobre", afirmou Lima, referindo-se
ao atendimento gratuito na área de
saúde prestado pela universidade.
Segundo Lima, o HU, hospital
universitário da Unoeste, tem gasto acima de R$ 700 mil mensais
com atendimentos gratuitos. "O
SUS (Sistema Único de Saúde) repassa apenas R$ 45 mil por mês.
Paga para o HU R$ 2,80 por leito
hospitalar. Isso não dá nem para a
troca da roupa de cama."
²
Marília
O pró-reitor da Unimar, Nery
Aguiar Porchia, 64, afirmou ontem
que todas as transações apontadas
como ilegais pela Receita Federal
atendem à legislação e foram feitas
para melhorar o nível do ensino na
universidade.
Porchia afirmou que a Unimar
adquiriu uma aeronave Cessna Ultra, por cerca de US$ 5 milhões, e
não o modelo Citation-7, de US$
10,8 milhões, conforme o relatório
da Receita Federal.
A compra, de acordo com ele, foi
feita por leasing (arrendamento
mercantil), com prazo de 20 anos.
Segundo Porchia, o avião é usado
para o transporte de professores
"renomados" que saem da capital
paulista para lecionar na Unimar.
Ele exibiu à Agência Folha uma
cópia do despacho da desembargadora federal Salete Nascimento,
que, em liminar, isentou a Associação de Ensino de Marília, mantenedora da Unimar, do pagamento
de IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) na importação
da aeronave.
A Unimar também pagou cerca
de R$ 4 milhões pela fazenda Santa
Filomena, na região de Marília, para ampliar os estágios dos cursos
de veterinária, zootecnia e agronomia. Segundo o reitor, o carro
BMW de US$ 80 mil é usado no
transporte de diretores e de autoridades que visitam a universidade.
Sobre o envio de materiais da
Unimar para a fazenda Água Limpa, que pertence ao reitor da universidade, Marcio Mesquita Serva,
Porchia disse que tratava-se de um
convênio, já extinto, que utilizou a
propriedade para treinamento dos
alunos.
Ele admite que a Unimar lançou
como despesas de filantropia serviços prestados por alunos, mas só
teriam sido computados gastos de
material, utilização de clínicas e
pagamento de professores.
A Fundação de Assistência Social
Sinhá Junqueira negou, por meio
de sua assessoria de imprensa, que
tenha comprado uma aeronave
prefixo PT-GXT se aproveitando
das isenções previstas em lei para
entidades filantrópicas.
O vice-presidente da Assembléia
de Deus no Amazonas, pastor Paulo Ribeiro, disse que a igreja tem
apenas um avião monomotor, que
é usado para evangelização no interior do Estado. Segundo Ribeiro,
o avião tem seis lugares e leva pastores para locais de difícil acesso
na floresta Amazônica. O aeroplano foi comprado há cinco anos.
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