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Chinaglia oferece a vice e apoio em SP para ter PSDB
Petista promete ajudar governador paulista a eleger tucano para a Assembléia
Se os tucanos aceitarem a proposta, Aécio indicará um aliado para ocupar um dos
cargos mais importantes da Mesa Diretora da Câmara
KENNEDY ALENCAR
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP),
enviou emissários para conversar com os governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) a fim de tentar obter o
apoio do PSDB na disputa pela
presidência da Câmara.
Em Porto Alegre, Chinaglia
disse que pretende ter um tucano como vice-presidente da Casa: "O principal passo agora
chama-se PSDB", disse ele. A
justificativa para entregar a vaga de vice ao PSDB é que o partido tem a terceira maior bancada da Câmara, depois de
PMDB e PT: ""Vou respeitar a
proporcionalidade", disse.
A Folha apurou que Serra e
Aécio tendem a aceitar o entendimento. Há dificuldades,
porém, para um anúncio imediato e formal, pois ambos são
amigos de Aldo Rebelo (PC do
B-SP), atual presidente, e estavam negociando a possibilidade de apoiá-lo na eleição.
Chinaglia obteve aval da cúpula do PT para oferecer a Serra apoio ao candidato de sua
preferência na eleição para o
comando da Assembléia Legislativa de São Paulo. Em troca,
os petistas ficariam com o segundo cargo na Mesa Diretora.
A direção petista também
avalia a proposta de Aécio Neves indicar um aliado, o deputado federal Nárcio Rodrigues
(PSDB-MG), para um dos postos mais importantes da nova
Mesa Diretoria da Câmara -a
1ª vice-presidência da Câmara
ou a 1ª secretaria da Casa.
Aécio tem boa articulação
para eleger o presidente da Assembléia de Minas. Já Serra
enfrenta dificuldades em São
Paulo, pois o PSDB dependeria
do apoio do PT para evitar a
reeleição de Rodrigo Garcia
(PFL). Em 2005, com o apoio
do PT, Garcia se elegeu contra
a vontade do PSDB e do então
governador Geraldo Alckmin.
Agora, o PSDB gostaria de
eleger o tucano Vaz de Lima
para a presidência da Casa. Os
tucanos terão 24 deputados estaduais, e o PT terá 20.
A oferta de espaço na Mesa
Diretora é apresentada por
Chinaglia como o retorno ao
respeito do critério da proporcionalidade das bancadas na
divisão de cargos no Legislativo.
A decisão da bancada tucana
deve ser conhecida só na véspera da eleição, mas tanto o futuro líder, Antonio Carlos Pannunzio (SP), quanto o atual,
Jutahy Jr. (BA), defendem que
o partido siga a tese da proporcionalidade, pela qual a maior
bancada tem o direito de presidir a Casa. O PMDB, que terá a
maior bancada, apóia o PT.
Segundo Pannunzio, se
PMDB e PT agregarem a maioria das siglas, o PSDB vai aderir: "Desde o início defendemos
a proporcionalidade e nada indica que isso deve mudar". Indagado se há objeção a um petista, ele disse: "Não era imprevisível. Sabíamos do risco". A
Folha apurou que o PMDB
apóia a oferta do PT ao PSDB.
Colaborou LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre
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