São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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Chinaglia oferece a vice e apoio em SP para ter PSDB

Petista promete ajudar governador paulista a eleger tucano para a Assembléia

Se os tucanos aceitarem a proposta, Aécio indicará um aliado para ocupar um dos cargos mais importantes da Mesa Diretora da Câmara


KENNEDY ALENCAR
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), enviou emissários para conversar com os governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) a fim de tentar obter o apoio do PSDB na disputa pela presidência da Câmara.
Em Porto Alegre, Chinaglia disse que pretende ter um tucano como vice-presidente da Casa: "O principal passo agora chama-se PSDB", disse ele. A justificativa para entregar a vaga de vice ao PSDB é que o partido tem a terceira maior bancada da Câmara, depois de PMDB e PT: ""Vou respeitar a proporcionalidade", disse.
A Folha apurou que Serra e Aécio tendem a aceitar o entendimento. Há dificuldades, porém, para um anúncio imediato e formal, pois ambos são amigos de Aldo Rebelo (PC do B-SP), atual presidente, e estavam negociando a possibilidade de apoiá-lo na eleição.
Chinaglia obteve aval da cúpula do PT para oferecer a Serra apoio ao candidato de sua preferência na eleição para o comando da Assembléia Legislativa de São Paulo. Em troca, os petistas ficariam com o segundo cargo na Mesa Diretora.
A direção petista também avalia a proposta de Aécio Neves indicar um aliado, o deputado federal Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), para um dos postos mais importantes da nova Mesa Diretoria da Câmara -a 1ª vice-presidência da Câmara ou a 1ª secretaria da Casa.
Aécio tem boa articulação para eleger o presidente da Assembléia de Minas. Já Serra enfrenta dificuldades em São Paulo, pois o PSDB dependeria do apoio do PT para evitar a reeleição de Rodrigo Garcia (PFL). Em 2005, com o apoio do PT, Garcia se elegeu contra a vontade do PSDB e do então governador Geraldo Alckmin.
Agora, o PSDB gostaria de eleger o tucano Vaz de Lima para a presidência da Casa. Os tucanos terão 24 deputados estaduais, e o PT terá 20.
A oferta de espaço na Mesa Diretora é apresentada por Chinaglia como o retorno ao respeito do critério da proporcionalidade das bancadas na divisão de cargos no Legislativo. A decisão da bancada tucana deve ser conhecida só na véspera da eleição, mas tanto o futuro líder, Antonio Carlos Pannunzio (SP), quanto o atual, Jutahy Jr. (BA), defendem que o partido siga a tese da proporcionalidade, pela qual a maior bancada tem o direito de presidir a Casa. O PMDB, que terá a maior bancada, apóia o PT.
Segundo Pannunzio, se PMDB e PT agregarem a maioria das siglas, o PSDB vai aderir: "Desde o início defendemos a proporcionalidade e nada indica que isso deve mudar". Indagado se há objeção a um petista, ele disse: "Não era imprevisível. Sabíamos do risco". A Folha apurou que o PMDB apóia a oferta do PT ao PSDB.


Colaborou LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre

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