|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para Planalto, candidatura de Aldo evita lançamento de terceiro nome na disputa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto passou
a avaliar que agora se tornou
conveniente a manutenção das
candidaturas de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo
(PC do B-SP) à presidência da
Câmara. A Folha apurou que,
para o governo, a adesão oficial
do PMDB a Chinaglia, o recuo
de alguns governadores no
apoio a Aldo e a possibilidade
de um acordo entre o PT e setores do PSDB tornaram o líder
do governo favorito na disputa.
Nos bastidores, o Planalto
deixará clara a preferência por
Chinaglia, mas não fará movimento público de hostilidade
ao atual presidente da Casa.
A manutenção da candidatura de Aldo seria conveniente
por duas razões: minaria o espaço de um terceiro candidato
e, em caso de reviravolta a favor do comunista, garantiria
que um aliado do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva ocupe
a presidência da Câmara.
Apesar das férias, Lula tem
sido informado das articulações do PT para eleger Chinaglia e emitiu um sinal para que
Aldo não seja massacrado. Ontem, os presidentes do PT e do
PC do B, respectivamente Ricardo Berzoini e Renato Rabelo, acertaram que Chinaglia e
Aldo disputarão a eleição.
Na semana passada, Lula se
reuniu separadamente com os
dois candidatos e pediu um
acordo entre eles. Agora, o presidente e aliados avaliam que
não há espaço para recuo.
O inconveniente enxergado
pelo Planalto na candidatura
Chinaglia era o fato de o PT
voltar a ter poder no plano federal. Como a candidatura foi
bancada por petistas envolvidos em escândalos (José Dirceu e João Paulo Cunha, entre
outros), o Planalto via a iniciativa como fonte potencial de
problemas. O raciocínio mudou: com a presidência da Casa, o PT tende a ser menos voraz no "rateio" dos ministérios.
Entre governadores do
PMDB, já começou o recuo do
apoio a Aldo. Paulo Hartung
(ES) e Eduardo Braga (AM) telefonaram para o presidente do
partido, Michel Temer, e disseram que apoiarão Chinaglia.
(KENNEDY ALENCAR, FERNANDO RODRIGUES E ADRIANO CEOLIN)
Texto Anterior: Câmara: PV e PPS querem candidato alternativo Próximo Texto: Janio de Freitas: O mau silêncio Índice
|