São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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Para Planalto, candidatura de Aldo evita lançamento de terceiro nome na disputa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto passou a avaliar que agora se tornou conveniente a manutenção das candidaturas de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) à presidência da Câmara. A Folha apurou que, para o governo, a adesão oficial do PMDB a Chinaglia, o recuo de alguns governadores no apoio a Aldo e a possibilidade de um acordo entre o PT e setores do PSDB tornaram o líder do governo favorito na disputa.
Nos bastidores, o Planalto deixará clara a preferência por Chinaglia, mas não fará movimento público de hostilidade ao atual presidente da Casa.
A manutenção da candidatura de Aldo seria conveniente por duas razões: minaria o espaço de um terceiro candidato e, em caso de reviravolta a favor do comunista, garantiria que um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocupe a presidência da Câmara.
Apesar das férias, Lula tem sido informado das articulações do PT para eleger Chinaglia e emitiu um sinal para que Aldo não seja massacrado. Ontem, os presidentes do PT e do PC do B, respectivamente Ricardo Berzoini e Renato Rabelo, acertaram que Chinaglia e Aldo disputarão a eleição.
Na semana passada, Lula se reuniu separadamente com os dois candidatos e pediu um acordo entre eles. Agora, o presidente e aliados avaliam que não há espaço para recuo.
O inconveniente enxergado pelo Planalto na candidatura Chinaglia era o fato de o PT voltar a ter poder no plano federal. Como a candidatura foi bancada por petistas envolvidos em escândalos (José Dirceu e João Paulo Cunha, entre outros), o Planalto via a iniciativa como fonte potencial de problemas. O raciocínio mudou: com a presidência da Casa, o PT tende a ser menos voraz no "rateio" dos ministérios.
Entre governadores do PMDB, já começou o recuo do apoio a Aldo. Paulo Hartung (ES) e Eduardo Braga (AM) telefonaram para o presidente do partido, Michel Temer, e disseram que apoiarão Chinaglia.
(KENNEDY ALENCAR, FERNANDO RODRIGUES E ADRIANO CEOLIN)

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