São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

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Líderes dos partidos aliados que participaram da reunião com os ministros saíram do encontro desanimados com a profusão de propostas vagas e números tirados da cartola pelos "palpiteiros" presentes: os R$ 6 bilhões que sobrariam do corte de metade das emendas de bancada, na verdade, seriam R$ 5 bilhões. Além disso, o fim das emendas de comissões resolveria pouco mais de R$ 500 milhões no rombo, ou seja, não passa nem perto dos R$ 2 bilhões anunciados. E a simples menção à idéia de reabrir o debate da CPMF no Congresso fez os aliados tremerem. "Ou foi um mea culpa pela derrota ou pisaram na bola feio de novo", avaliou um líder governista do Senado, para quem o assunto só dará munição para a oposição.

Tabu 1. Aliados que participaram do encontro avaliam que se o governo bater o pé na proposta de congelar o reajuste de servidores perderá de vez o PDT e terá problemas com os próprios petistas.

Tabu 2. Na reunião, houve três opositores ferrenhos à idéia: os pedetistas Miro Teixeira (RJ) e Paulinho da Força (SP) e a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).

Prévia. Em conversa com aliados, já no final da reunião, o relator do Orçamento, José Pimentel (PT-CE), encampou o corte de 30% no custeio dos três Poderes e o veto à construção de novos prédios e obras em órgãos públicos.

Reforma agrária. Quando senadores incluíram na lista de cortes um novo anexo que a Câmara pretende erguer, Miro Teixeira rebateu na hora: "É porque os gabinetes de vocês são três vezes maiores que os nossos". Clarão. O ministro José Múcio pediu aos líderes que desmintam o risco de apagão no setor elétrico. Disse que o governo tem pânico desse discurso, porque ele "cola".

Louros. O esforço para executar as verbas do Orçamento rendeu uma ligação de felicitação do chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, à Funasa, que empenhou 99% de seus recursos de 2007. Os gastos com compras e obras da fundação de saúde, porém, só ocorrerão este ano.

Em casa. Antes mesmo de Edison Lobão (PMDB) ser indicado ministro de Minas e Energia, o futuro senador Lobão Filho anuncia em rádios maranhenses a construção de uma termelétrica em Codó (MA), com investimentos de R$ 100 milhões, e criação de mais de mil empregos.

Alerta. Embora o ministro José Temporão (Saúde) e o governador José Roberto Arruda (DEM) neguem riscos de epidemia de febre amarela, foram destacados cem soldados do Exército para mutirão contra o mosquito transmissor na periferia do DF.

Mico. Arruda mobilizou a imprensa para se deixar fotografar tomando vacina contra a febre amarela. Mas, na hora dos flashes, o governador foi alertado de que já havia sido vacinado em 2000.

Por dólares. José Serra protocolou na Assembléia paulista projeto que cria uma agência reguladora dos transportes metropolitanos. O governador tucano aposta no órgão a fim de atrair investimento externo para o Metrô.

Volver. A entrevista de José Dirceu à "Piauí" com acusações contra o PT gaúcho atrapalhou a estratégia local do partido, que planejava iniciar o ano emparedando o governo Yeda Crusius (PSDB) com a CPI do Detran.

Dois em um. A data das manifestações anti-Fórum Econômico de Davos (26 de janeiro) se transformou em problema para quem prepara o ato em São Paulo. Como no dia anterior é feriado por conta do aniversário da capital, os organizadores correm para montar no centro da cidade a peça "Rei Lear", de Shakespeare, a fim de atrair quórum.

Tiroteio

"O espetáculo do crescimento pode ter a estréia cancelada por falta de luz."


Do deputado federal VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP) sobre o risco de país voltar a enfrentar um racionamento de energia elétrica.

Contraponto

Com ou sem emoção?

Depois de visitar o Haiti com uniforme do Exército e posar para os fotógrafos com uma sucuri na Amazônia, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, se prepara para sua nova aventura: um vôo a bordo de um F-5 cortando o céu de sua terra natal, o Rio Grande do Sul.
Organizador do vôo, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, aproveitou, num jantar informal, para convidar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para o passeio.
Ressabiada, Dilma torceu o nariz:
-Mas será que não sacode muito, comandante?
Ao que Saito logo se animou:
-Só se a senhora quiser, ministra!


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