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Congresso autoriza reajuste a seus servidores
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Congresso autorizou o pagamento do reajuste e de parcelas adicionais atrasadas de seus
servidores. A atitude é conflitante com as ações anunciadas
pelo governo que, para compensar as perdas com o fim da
CPMF, prevê a suspensão do
reajuste do funcionalismo.
O pagamento na Câmara já
havia sido prometido pelo presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), no
ano passado, mas parte dele,
R$ 45 milhões, referente a
atualização do valor das gratificações, só foi realizado nesta
semana. O reajuste é retroativo
a abril e foi concedido como
conseqüência do aumento dado aos parlamentares de
28,5%-o salário dos deputados
e de senadores subiu de R$ 12,8
mil para R$ 16,5 mil.
Parte dos servidores da Câmara também recebeu no final
de 2007 a quitação de parcelas
atrasadas de adicionais recebidos por funcionários com mais
de cinco anos de carreira. O
gasto total com esses pagamentos foi de R$ 103 milhões.
Os servidores beneficiados
são os que ocupam funções comissionadas e alguns dos chamados CNEs (Cargos de Natureza Especiais), além de funcionários já aposentados-que receberam as gratificações atrasadas. O salário desses servidores varia de R$ 3,3 mil a R$ 8,9
mil. No total, quase 4.000 pessoas foram beneficiadas.
Os pagamentos foram feitos
com os restos a pagar de 2007,
ou seja, com recursos que já estavam previstos no orçamento,
mas que não foram utilizados.
No Senado, o primeiro-secretário, senador Efraim Morais (DEM-PB), autorizou apenas ontem, após o anúncio do
pacote do governo, o pagamento do reajuste dos funcionários
da Casa. O cálculo de quanto será gasto com os pagamentos
ainda não foi feito, mas a diretoria de pagamentos do Senado
estima um aumento de R$ 550
a R$ 700 por mês para cada servidor. "É um direito deles, que
não podemos tirar. O reajuste
já havia sido anunciado há algum tempo", disse Morais.
O presidente da Câmara receberá na próxima semana um
novo carro oficial, um Omega
com, entre outras coisas, direção hidráulica, ar-condicionado, comandos elétricos e banco
de couro, que custou R$ 145
mil. O valor já está na estimativa de gastos da Casa, mas o pagamento só será efetuado
quando o veículo for entregue.
A compra do novo carro de
Chinaglia foi autorizada junto
com a aquisição de outros dez
veículos, seis destinados a
membros da Mesa Diretora
(cerca de R$ 73 mil cada automóvel) e quatro para uso administrativo (cerca de R$ 50 mil
cada). Esses veículos já foram
entregues no ano passado.
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