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Fim de nepotismo só vale para conselheiros
Familiares de diretores e assessores do TCE ficam de fora de decisão que determina demissão em 90 dias
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão dos conselheiros
do TCE (Tribunal de Contas do
Estado) de São Paulo de demitir, em até três meses, todos os
parentes contratados sem concurso não atinge familiares de
diretores e de assessores.
A proibição, editada após reportagem da Folha que revelou
nomeações de parentes sem
concurso e para salário líquido
de, em média, R$ 12 mil, é exclusiva para pelo menos 12 familiares dos sete conselheiros.
Os parentes do diretor-geral
do TCE, Carlos Magno, do secretário-diretor-geral, Sérgio
Ciquera Rossi, e de diretores e
de assessores do órgão não são
atingidos pela medida.
Magno, que administra o tribunal, nomeou, em outubro de
2007, o filho Guilherme Uttmann de Oliveira como motorista, com salário de cerca de
R$ 2,5 mil. Dois dias depois, foi
transferido para o departamento do pai.
Há pelo menos seis anos, Elisane Rossi Cedano, filha do secretário-diretor-geral e concursada pela Sabesp, foi nomeada assessora técnica procuradora (salário líquido de
cerca de R$ 12 mil).
Segundo servidores do tribunal, outros diretores e assessores também têm parentes contratados sem concurso público.
Entre os conselheiros, o novo presidente do TCE, Eduardo
Bittencourt Carvalho, terá de
demitir cinco filhos. O chefe-de-gabinete dele, Marcos Renato Böttcher, disse à Folha
não saber se eles trabalham.
A reportagem apurou que os
parentes dos demais conselheiros atuam no órgão. Edgard
Rodrigues tem um filho, Fúlvio
Biazzi, dois filhos, Cláudio de
Alvarenga, uma nora, Robson
Marinho, uma irmã, Renato
Martins Costa, uma nora (já
exonerada), e Antonio Roque
Citadini, um irmão (concursado e que irá retornar à polícia).
O secretário-diretor-geral,
Rossi, disse que o TCE estuda
eventual extensão da proibição
aos demais servidores. Para ele,
os funcionários não têm poder
de indicar parentes. "A minha
filha, que é concursada pela Sabesp e está, há quase dois anos,
na lista de espera de contratações do TCE, foi convidada por
um conselheiro."
Cláudio Abramo, diretor-executivo da Transparência
Brasil, diz que a demissão deveria atingir todos os que não têm
concurso público.
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