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RIO
Governadora quer que tribunal proíba retenção de verbas do Estado pelo governo federal
Rosinha volta ao STF contra União
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PSB), pediu
ao STF (Supremo Tribunal Federal) que proíba a União de bloquear ou reter verba federal destinada ao Estado e de sacar recursos relativos ao ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços) por causa de eventual
não-pagamento de parcelas do
acordo de renegociação da dívida
com o governo federal.
Em 7 de janeiro, uma liminar do
vice-presidente do STF, Ilmar
Galvão, suspendera o bloqueio de
R$ 85,9 milhões que havia sido
imposto pela União em 31 de dezembro após o vencimento de
uma parcela não saldada na gestão de Benedita da Silva (PT).
A liminar foi cassada em 29 de
janeiro por Galvão porque ele
considerou que o "estado de necessidade" alegado por Rosinha
não tinha sido comprovado.
Agora a governadora pretende
obter uma espécie de garantia judicial contra qualquer tipo de represália futura caso venha a descumprir o acordo com a União
firmado na gestão do marido, Anthony Garotinho.
Ela moveu, por meio de seus
procuradores, uma ação ordinária contra a União em que diz que
o Rio vive "a iminência de colapso". O objetivo final da ação, que
está vinculada ao pedido de liminar feito em janeiro, é que várias
cláusulas do acordo sejam declaradas nulas. O pedido será apreciado inicialmente pela relatora,
ministra Ellen Gracie Northfleet.
Um dos principais argumentos
é que o cumprimento do acordo,
que destina 13% da receita líquida
mensal para o pagamento da
União, obrigaria o Estado a não
cumprir ações básicas. "Remédios, alimentos, policiais, armamento, tudo isso demanda recursos, mas tais recursos estão sendo
canalizados apenas para o pagamento da dívida com a União."
Além de argumentos jurídicos,
como a necessidade de respeitar
direitos fundamentais dos cidadãos, a Procuradoria do Estado
do Rio também fez ponderações
de caráter político.
De forma irônica, a ação cita
que o governo Lula poderia obter
informações sobre o Estado pelo
fato de a ex-governadora ser ministra da Assistência Social. "Caso
a União queira efetivamente saber, talvez tenha até maiores facilidades que o próprio Estado, já
que os principais atores do cenário político-administrativo daquela gestão agora são elevados
agentes públicos seus, até mesmo
no padrão de ministro."
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