São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Sem urgência 1
O governo deixou de gastar, no ano passado, 35% dos R$ 158,8 mi destinados por medida provisória a ações emergenciais da Defesa Civil, notadamente no combate às enchentes. Valores previstos em MPs só podem ser usados no ano de sua edição.

Sem urgência 2
Segundo o sistema que acompanha os gastos federais, até 5 de fevereiro não foi utilizado nenhum dinheiro contra enchentes em 2004. A medida provisória prometida no domingo, que destinaria R$ 32 mi às áreas atingidas, ainda não foi editada.

Carteira vazia
Apesar de não reclamar diante de microfones, Ciro Gomes (Integração Nacional) disse a parlamentares que ainda não visitou as regiões castigadas pela chuva simplesmente por não dispor de dinheiro para prometer.

Nuvem à vista
Em conversa recente com Henrique Meirelles, Lula mostrou-se preocupado com a possibilidade de o Copom manter a taxa básica de juros inalterada na reunião da próxima semana.

Lição do tempo
"Se fosse fácil, outros já teriam resolvido", disse Lula ontem sobre o problema da fome. "Se fosse fácil, alguém teria feito", dizia o slogan com que os tucanos rebatiam as críticas do PT ao governo na campanha de 2002.

Tudo como antes
Emendas de senadores serão o primeiro alvo do contingenciamento orçamentário. Cada um terá no máximo R$ 2,5 mi liberados. Era assim até o ano passado, quando uma manobra eliminou o teto apenas no Senado.

Duplo endereço
Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) tem dividido seu expediente entre dois prédios. Parte da nova pasta funciona na sede do extinto Ministério da Assistência Social. Outra, no da Segurança Alimentar.

Chá de sumiço
A pedido de Marta Suplicy, vereadores do PT desapareceram do plenário da Câmara nas últimas duas sessões ordinárias. A ordem era evitar o quórum mínimo e assim negar palanque à oposição logo depois de a cidade ter sofrido com as enchentes.

Outro lado
João Antônio, líder do governo na Câmara, nega ter havido orientação da prefeita. Ele diz que usou "tática parlamentar".

Retiro próspero 1
Enquanto no Superior Tribunal de Justiça se arrasta o processo contra Vicente Leal, o ministro e funcionários de seu gabinete continuam a receber salário. Foram pagos cerca de R$ 1 milhão desde que ele foi afastado do cargo, há dez meses.

Retiro próspero 2
Segundo ministros do STJ que acompanham o processo, diligências finais estão sendo cumpridas. Vicente Leal é suspeito de envolvimento em esquema de venda de habeas corpus para traficantes de drogas.

Contra o relógio
O PT de Rondônia trabalha para impedir a volta de Mário Calixto Filho ao Senado, no final da suspensão de seus direitos políticos. Advogados da sigla articulam nos tribunais superiores para acelerar a tramitação dos processos contra o empresário.

Na prorrogação
O Ministério da Agricultura espera alterar o projeto da biossegurança por decreto, após a votação no Senado. Quer evitar que órgãos ambientais e de saúde empurrem com a barriga a análise de transgênicos.

Novo cocar
Margareth Palocci, mulher do ministro da Fazenda, foi nomeada coordenadora do Plano Nacional de Saúde Indígena. Ele será formulado pela Funasa, órgão do qual ela é funcionária.

TIROTEIO

De Rodrigo Maia (PFL-RJ), sobre o governo ter contingenciado o Orçamento elaborado por Jorge Bittar (PT-RJ), pré-candidato a prefeito do Rio:
-O corte no Orçamento enterrou de vez a candidatura de Bittar. Ele prometeu que desta vez seria real, mas contingenciaram como todos os outros.

CONTRAPONTO

Desculpem a nossa falha

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, visitou recentemente Tanabi, na região paulista de São José do Rio Preto.
Seu primeiro compromisso foi um almoço na casa do presidente local do PT. Em seguida, participou de um comício na praça central da cidade. Pela programação, o primeiro a discursar seria o responsável pelo partido em São José do Rio Preto, João Paulo Rila. Logo depois falaria o convidado principal.
-Agora, com vocês, o nosso querido João Paulo...
Antes que o apresentador pronunciasse o sobrenome Rila, começaram a estourar os fogos que haviam sido preparados para recepcionar o visitante ilustre. Apenas depois de cinco minutos de muito barulho, o apresentador conseguiu falar:
-Sinto muito, mas erramos de João Paulo. Infelizmente, o presidente da Câmara terá de falar sem nenhum rojão.


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