São Paulo, quarta, 11 de fevereiro de 1998

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Painel

Ponto crucial
É só um teste a votação do texto base da reforma da Previdência hoje na Câmara. A batalha mesmo deve se dar em torno do destaque da oposição que suprime do texto a idade mínima para aposentadoria (55 anos para mulheres e 60 para homens).

Medo eleitoral
Ao propor destaque de votação em separado suprimindo a idade mínima para aposentadoria, a oposição obriga FHC a ter 308 votos para mantê-la. Há governistas que temem perder votos na eleição se a mantiverem.

Aneel atrás do prejuízo
Para o senador Amin (PPB), os problemas com a Light e a Cerj reforçam a tese de que, primeiro, deve se fortalecer um órgão regulador para depois privatizar um setor. "Privatização só para fazer caixa não funciona."

Pano pra manga
A diretoria da Aneel vai explicar hoje na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, atendendo a requerimento de Amin, o que está fazendo a respeito da falta de luz no Rio.

Justificativa oficial
O secretário Fábio Feldmann (Meio Ambiente) diz que dispensou o Parque Aquático Wet'n'Wild, em Louveira (SP), de relatório e estudo de impacto ambiental por não haver "significativo impacto ambiental".

Um serviço para o Serjão
Relator da reforma da Previdência, Arnaldo Madeira avalia que o governo ainda pode aumentar a margem de segurança para a aprovação da emenda. "Só no PSDB há dez deputados que podem ser trabalhados."

Fora da realidade
O líder do governo, Luís Eduardo Magalhães, não aceita retirar o redutor de 30% da aposentadoria de servidores. "Na Alemanha, a maior aposentadoria é de R$ 4,5 mil. Aqui, vamos aprovar um teto de R$ 12 mil. Estamos fora da realidade."

Força do hábito
Um dos principais opositores da reforma da Previdência, Arnaldo Faria de Sá (PPB) foi vaiado ontem por um sindicalista no aeroporto de Brasília. Foi difícil convencê-lo que, desta vez, os dois estão do mesmo lado.

Fator prefeitos
Reinhold Stephanes (Previdência) aposta na pressão dos prefeitos sobre os deputados para aprovar a reforma da Previdência. Segundo o ministro, os prefeitos não suportam mais pagar aposentadorias precoces.

Costura baiana
Maluf e Jorge Bornhausen (PFL) almoçaram juntos ontem na casa de Afif Domingos, em São Paulo. Anteontem, Afif esteve em Brasília com ACM, que defende aliança com Maluf na eleição paulista. Bornhausen, porém, ainda prefere esperar.

Isto é PFL
No PSDB paulista, circulou que Jorge Bornhausen, que reassumirá em março a presidência do PFL, se reuniu ontem com Covas após almoço com Maluf.

Alto nível
Do deputado João Leão (PSDB-BA), inimigo de ACM na política baiana, sobre o furto que ocorreu no apartamento do cacique pefelista em Salvador no último sábado: "Esse ladrão vai ter cem anos de perdão".

Ringue no Senado
Júlio Campos (PFL) diz que Carlos Bezerra faz "ofertas financeiras" a prefeitos do Mato Grosso para que ingressem no PMDB e o apóiem para governador. "É o Silvio Santos do Mato Grosso. Sai pelo Estado perguntando: 'Quem quer dinheiro?"'

Devem ter seus motivos
Tucanos inocentes perguntam por que policiais que ficaram ricos com empresas de segurança privada não deixam seus postos, cuja remuneração julgam baixa.

Visita à Folha
O deputado Paulo Bernardo (PT-PR), da Comissão de Orçamento, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

O presidente da Associação Paulista de Medicina, Eleuses Paiva, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do diretor de comunicação, Vicente Gerardi.

TIROTEIO

De Jacques Wagner (PT-BA), sobre o presidente da Câmara, Michel Temer, dizer que quer "sessão de parlamento inglês:
- Depois de ter deixado o presidente da comissão da reforma da Previdência desrespeitar os prazos regimentais, isso é impossível. A regra número um do parlamento inglês é o respeito ao relógio.

CONTRAPONTO

Apoio incômodo
Aécio Neves (MG), líder do PSDB na Câmara, encontrou-se na quinta passada com o deputado Marcelo Déda (PT-SE), de quem é amigo.
O petista deveria disputar naquele dia a liderança de seu partido na Câmara.
A eleição, porém, acabou adiada por causa de uma confusão na comissão especial da reforma da Previdência.
Antes de saber do adiamento, Aécio brincou com Déda:
- Você é o meu candidato a líder do PT.
Déda entrou no jogo:
- Não fique repetindo isso que você me atrapalha.
- Não atrapalho, não. Já falei para a bancada do PT que tinha candidato - disse Aécio.
- Rapaz, você tá maluco! - falou Déda.
- Fui na bancada e declarei apoio ao seu adversário - disse Aécio, referindo-se a Miguel Rossetto (RS), parlamentar da ala radical do PT que concorria com Déda.



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