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País pode crescer 4,5%, diz Serra a banqueiros
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O presidenciável tucano José
Serra (PSDB) fez campanha eleitoral para um grupo de banqueiros, formado na maioria por estrangeiros, e prometeu, em seu
discurso, alcançar um crescimento anual para o país de 4,5% até
2006, caso seja eleito. O evento,
promovido pelo Citibank, ocorreu ontem à noite em um hotel de
Fortaleza, cidade que abriga encontro do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Além da meta de crescimento,
Serra afirmou que será possível
chegar a uma inflação anual de
2,5% ao ano, como nos países desenvolvidos, e a uma taxa de juros
anual de 6%, até a metade da década. "Vamos unir crescimento
econômico e justiça social." Esse
foi o slogan usado pelo tucano.
O discurso tinha como objetivo
tranquilizar os investidores de
que o governo brasileiro terá uma
continuidade, mas, ao mesmo
tempo, mudanças, como definiu
o próprio Serra após sua fala.
Além da reforma fiscal, considerada pelo tucano como fundamental para se chegar a esses números, outra prioridade é o crescimento das vendas para o mercado externo. "A conquista dos
mercados externos exigirá uma
nova mentalidade a ponto de tornar-se uma verdadeira obsessão."
Pelo menos 60% da platéia de
banqueiros -estavam presentes
cerca de cem pessoas- teve de
usar fones de ouvido para ouvir a
tradução simultânea da fala de
Serra, que preferiu falar em português. O seu currículo, porém,
foi lido anteriormente em inglês.
"Só vim falar sobre economia
para um público que gosta do tema", explicou o presidenciável.
Serra aproveitou para criticar os
"frequentes abusos protecionistas", ao referir-se à medida tomada pelos EUA sobre o aço. "O Brasil está pagando o preço porque
tem uma indústria mais competitiva que os EUA", disse.
Ele chegou a criticar a crise
energética vivida no ano passado
pelo país chamando-a de "gargalo", mas destacou os esforços que
já estão sendo feitos para multiplicar a oferta de energia.
Ele chegou a Fortaleza no mesmo vôo do presidente Fernando
Henrique Cardoso e assistiu à palestra de FHC sobre democracia
na América do Sul, com a presença de Alejandro Toledo (Peru) e
Gustavo Noboa (Equador).
"Isso não é uso da máquina?",
brincou o senador tassista Lúcio
Alcântara (PSDB-CE), ao ser informado de que Serra chegara a
Fortaleza no mesmo vôo de FHC.
Colaborou a enviada especial a Fortaleza
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