São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 2002

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País pode crescer 4,5%, diz Serra a banqueiros

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O presidenciável tucano José Serra (PSDB) fez campanha eleitoral para um grupo de banqueiros, formado na maioria por estrangeiros, e prometeu, em seu discurso, alcançar um crescimento anual para o país de 4,5% até 2006, caso seja eleito. O evento, promovido pelo Citibank, ocorreu ontem à noite em um hotel de Fortaleza, cidade que abriga encontro do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Além da meta de crescimento, Serra afirmou que será possível chegar a uma inflação anual de 2,5% ao ano, como nos países desenvolvidos, e a uma taxa de juros anual de 6%, até a metade da década. "Vamos unir crescimento econômico e justiça social." Esse foi o slogan usado pelo tucano.
O discurso tinha como objetivo tranquilizar os investidores de que o governo brasileiro terá uma continuidade, mas, ao mesmo tempo, mudanças, como definiu o próprio Serra após sua fala.
Além da reforma fiscal, considerada pelo tucano como fundamental para se chegar a esses números, outra prioridade é o crescimento das vendas para o mercado externo. "A conquista dos mercados externos exigirá uma nova mentalidade a ponto de tornar-se uma verdadeira obsessão."
Pelo menos 60% da platéia de banqueiros -estavam presentes cerca de cem pessoas- teve de usar fones de ouvido para ouvir a tradução simultânea da fala de Serra, que preferiu falar em português. O seu currículo, porém, foi lido anteriormente em inglês.
"Só vim falar sobre economia para um público que gosta do tema", explicou o presidenciável.
Serra aproveitou para criticar os "frequentes abusos protecionistas", ao referir-se à medida tomada pelos EUA sobre o aço. "O Brasil está pagando o preço porque tem uma indústria mais competitiva que os EUA", disse.
Ele chegou a criticar a crise energética vivida no ano passado pelo país chamando-a de "gargalo", mas destacou os esforços que já estão sendo feitos para multiplicar a oferta de energia.
Ele chegou a Fortaleza no mesmo vôo do presidente Fernando Henrique Cardoso e assistiu à palestra de FHC sobre democracia na América do Sul, com a presença de Alejandro Toledo (Peru) e Gustavo Noboa (Equador).
"Isso não é uso da máquina?", brincou o senador tassista Lúcio Alcântara (PSDB-CE), ao ser informado de que Serra chegara a Fortaleza no mesmo vôo de FHC.


Colaborou a enviada especial a Fortaleza


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