São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2004

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Secretário do Tesouro defende ajuste fiscal

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sob uma bateria de críticas e cobranças de parlamentares governistas e de oposição, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, defendeu ontem, no Congresso, a continuidade da política de controle dos gastos públicos: "O ajuste foi feito; não necessariamente o esforço acabou".
Levy, em exposição à Comissão Mista de Orçamento sobre o cumprimento das metas fiscais de 2003, acabou instado a comentar até a nota divulgada na semana passada pelo PT defendendo mudanças na economia em favor do crescimento e do combate ao desemprego. Saiu pela tangente, tentando mostrar afinação entre o partido e o governo: "Não me surpreende em nada. Promover o desenvolvimento econômico e a geração de emprego é exatamente o que estamos procurando fazer".
Defendeu, ainda, a meta de superávit primário (a economia de receitas destinadas a pagar juros da dívida) de 4,25% do Produto Interno Bruto, que grande parte dos petistas quer ver reduzida. "Os 4,25% não são impedimento para o crescimento."
Levy, que participou da equipe econômica do governo FHC, encabeça, com o secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa, o time de assessores de pensamento liberal do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda). Por isso, e por ser o responsável pelo controle dos gastos, é alvo freqüente de ataques no PT e no governo.

"Enorme frustração"
Na sessão de ontem, seis deputados de partidos aliados -a metade deles, do PT- e quatro de oposição se uniram para reclamar dos resultados da política econômica e pedir o abrandamento do superávit primário e dos juros.
O discurso mais duro foi o de Ivan Valente (PT-SP): "Tenho uma enorme frustração com o que foi feito de política econômica até agora pelo nosso governo", disse. "Não consigo ver sustentabilidade nesse modelo." Ligado à esquerda do partido, Valente aplicou a Levy o rótulo de "radical". "Considero o senhor e outros do Ministério da Fazenda radicais. Radicais do superávit primário."


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