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FORÇAS ARMADAS
Plantonista conta que bagagem chegou ao balcão 20 minutos antes do embarque; militar disse que eram 55
Funcionário da Infraero contradiz general
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A versão apresentada pelo comandante do Exército, general
Francisco Roberto de Albuquerque, sobre o horário do check-in
da TAM diverge da explicação dada à Infraero pelo funcionário que
estava de plantão na torre de comando no aeroporto de Campinas (SP) na quarta-feira da semana passada.
Em entrevista à Folha, anteontem, o militar disse que um auxiliar do Exército chegou ao balcão
da companhia aérea para despachar suas bagagens 55 minutos
antes da partida do vôo que seguia para Brasília.
Já o funcionário da Infraero
afirmou, em depoimento à empresa, que o sargento que carregou as malas do comandante e de
sua mulher chegou ao balcão exatos 20 minutos antes do horário
previsto para a decolagem.
"Um auxiliar meu, uma hora e
15 minutos antes, estava no aeroporto para fazer o check-in. Uma
hora e 15 minutos. Agora, a fila
era grande e, quando ele chegou
ao balcão, o que consta é que ele
chegou ao balcão 55, 56 minutos
antes. E a minha bagagem foi etiquetada e depois devolvida", disse o comandante do Exército à reportagem anteontem.
Na Quarta-Feira de Cinzas, o
comandante e sua mulher conseguiram entrar nesse vôo da TAM
após o encerramento do embarque. Quando soube que o vôo estava lotado, o militar seguiu para
o balcão do DAC (Departamento
de Aviação Civil), identificou-se
como comandante do Exército e
informou que precisava viajar naquela aeronave por conta de um
compromisso inadiável no mesmo dia em Brasília.
Em depoimento à Infraero (empresa que administra os aeroportos do país), o funcionário Daniel
Rodrigues Pires Bezerra disse que
determinou a interrupção do vôo
(a aeronave já taxiava na pista)
por conta de uma ordem da Aeronáutica, à qual o DAC é subordinado. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República já
pediu explicações ao Exército para saber se houve ou não a chamada "carteirada" do comandante
no balcão do DAC. O general diz
que apenas se apresentou como
comandante.
De acordo com o depoimento
de Bezerra, quem fez o check-in
do general e de sua mulher foi o
sargento de nome Santos, às
17h10, quando o vôo estava marcado para 17h30. Em meio à etiquetagem de bagagens, porém,
ainda segundo Bezerra, o funcionário da TAM Alejandro Viniegra
Figueiroa interrompeu o procedimento alegando que o vôo estava
lotado e fechado.
A TAM, que nega o overbooking (venda de passagens acima
da capacidade), e o Exército dizem que o vôo estava marcado
para as 17h05. O general somente
embarcou quando dois passageiros concordaram em ceder seus
lugares em troca de uma compensação financeira, que foi de cerca
de R$ 500 para cada pessoa.
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