São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2000
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PAINEL ABC de um matrimônio O embate do mínimo expôs o desgaste na base aliada de FHC, que um dia o presidente já chamou de "aliança de A a Z". Com a popularidade em baixa e sem reeleição para tirar da cartola, FHC ora acena para um, o PMDB, ora namora o outro, o PFL. Por enquanto ninguém quer o divórcio, mas ninguém está feliz com o casamento. Sem cardápio Com eleições à vista e sem uma agenda positiva para ocupar o Congresso, avalia-se no próprio Planalto que o presidente corre o risco de continuar a reboque de iniciativas que só desgastam o governo. Os quase 100 dias de discussão sobre o salário mínimo são apenas um aperitivo do que ainda pode vir pela frente no campo aliado. Duelo sem fim A briga de morte entre ACM, de um lado, e a dupla Jader/Geddel, de outro, está apenas começando e esquenta nos próximos dias. O Planalto sabe disso. E teme que sua dimensão explosiva inviabilize de vez o convívio entre os principais aliados da base governista no Congresso. Recado malagueta Frase de ACM, gravada anteontem para um documentário de TV ainda inédito sobre a história do Brasil: "Se o governo não prestar mais atenção para a questão social, o quadro vai ficar bem mais delicado do que está hoje. Pode piorar muito". Papel carbono Jader Barbalho redigiu ontem carta a FHC com denúncia contra ACM. O texto tem o mesmo molde da correspondência que o baiano subscreveu na semana passada. O tratamento do presidente será idêntico: manda o assunto para a AGU (Advocacia Geral da União). Sem recibo Não foram os afagos de FHC a ACM que deixaram o PMDB de Jader Barbalho mais furioso. Foi a decisão do presidente de mandar a denúncia do baiano para a AGU. A sigla avalia que isso deu credibilidade às acusações. Mas, convenientemente, bota a culpa na conta do portador da correspondência: o ministro Pedro Parente (Casa Civil). Trocadilho político Diz-se no Congresso que na disputa entre os R$ 177 e os R$ 151, todos perderam, governo, oposição e trabalhador, que ficou com o 171 -estelionato. Serra elétrica O Planalto fez vista grossa para o lobby ruralista que aprovou em comissão do Congresso o projeto que muda o Código Florestal. Isolado, Sarney Filho (Meio Ambiente) parecia um membro da oposição falando contra os predadores. O núcleo do governo estava preocupado em não perder os votos do latifúndio pelo mínimo de R$ 151. Tosa lá, corta cá Foi a troca do mínimo pela floresta, diz a senadora Marina Silva (PT-AM): "Negociaram o corte raso no salário pelo corte raso na Amazônia". Os imperdoáveis Enquanto uma ala do Planalto comemora em silêncio o revés sofrido por Andrea Matarazzo (Comunicação), outra ala de peso do governo não perdoa Jorge da Cunha Lima, da TV Cultura, a quem atribui o vazamento da censura a Stedile na TVE. Faroeste caboclo Emissários do presidente da Fundação Padre Anchieta a Brasília fracassaram na tentativa de contornar a crise entre Matarazzo e Cunha Lima. O duelo segue em ritmo de tela quente. Visitas à Folha Regis de Oliveira, vice-prefeito da cidade de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Fernando Fantauzzi, consultor político. Márcio Carneiro, diretor-assistente da empresa N M Rothschild & Sons Consultoria Financeira, visitou ontem a Folha. TIROTEIO Do ex-governador Waldir Pires (PT-BA), sobre a vocação política do senador Antonio Carlos Magalhães: - Conheço Antonio Carlos há 40 anos, quando ele era o mais anticomunista dos baianos. Eu dizia a ele: se o Stálin chegasse ao Brasil e tomasse o poder, você se tornaria stalinista no dia seguinte. CONTRAPONTO Suco ao gosto do freguês
Antes de lançar ontem o pacote de medidas para incentivar a
produção agrícola e o desenvolvimento agrário, o presidente
Fernando Henrique Cardoso recebeu líderes de confederações e
centrais sindicais. |
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